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REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

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Esse novo ambiente resultou na construção <strong>de</strong> uma matriz institucional basea<strong>da</strong><br />

em dois pilares: um, consagrado historicamente, representado pela atuação direta do<br />

Governo como empresário do setor petrolífero, e outro, novo, representado por um ente<br />

regulador com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> criar o ambiente para a indução <strong>de</strong> investimentos privados e<br />

<strong>de</strong> competição na IP brasileira.<br />

O ente regulador do setor petrolífero nacional é a Agência Nacional do Petróleo<br />

(ANP), uma autarquia integrante <strong>da</strong> Administração Pública Fe<strong>de</strong>ral, vincula<strong>da</strong> ao Ministério<br />

<strong>de</strong> Minas e Energia, que nasceu com alguns importantes <strong>de</strong>safios:<br />

implementar, em sua esfera <strong>de</strong> atuação, um política energética não <strong>de</strong>clara<strong>da</strong>;<br />

induzir a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> novas operadoras no segmento <strong>de</strong> upstream para competir<br />

com a Petrobrás, a maior empresa estatal brasileira, e assumir uma posição e<br />

neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação a esta;<br />

incentivar a pesquisa geológica com o objetivo <strong>de</strong> manter uma relação razoável<br />

entre reservas prova<strong>da</strong>s e prováveis, <strong>de</strong> modo a garantir a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

produção nacional <strong>de</strong> petróleo e gás no médio e no longo prazos e gerenciar o<br />

acervo <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos sobre as bacias sedimentares brasileiras;<br />

gerenciar a transição <strong>da</strong> IP também no segmento <strong>de</strong> dowstream, principalmente<br />

garantindo a competição na distribuição – com liberação <strong>de</strong> preços –, mantendo<br />

níveis a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos;<br />

criar uma competência nacional em tecnologia e mão-<strong>de</strong>-obra capaz <strong>de</strong> sustentar<br />

a expansão do mercado petrolífero além <strong>da</strong> Petrobrás.<br />

89<br />

SETOR DE RODOVIAS<br />

No caso <strong>da</strong>s rodovias, a oferta dos serviços sempre foi tradicionalmente estatal,<br />

mas, diferentemente dos <strong>de</strong>mais setores, não se <strong>da</strong>va sob forma empresarial. Nesse caso<br />

específico, o pagamento pelo uso não era a regra (Ipea, 1999). Por essa razão, a figura do<br />

usuário <strong>de</strong> rodovias é pouco percebi<strong>da</strong> seja no seio do setor público seja no setor privado 23 .<br />

Nesse setor, a relação entre o Governo e os empreen<strong>de</strong>dores privados<br />

historicamente se <strong>de</strong>u por meio <strong>da</strong> contratação <strong>de</strong> empreita<strong>da</strong>s para a consecução <strong>de</strong><br />

obras públicas contrata<strong>da</strong>s com recursos fiscais. Assim, o aparelho burocrático estava<br />

voltado basicamente para a gestão <strong>de</strong> contratos <strong>de</strong> obras rodoviárias.<br />

A relação entre po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte e concessionária, contudo, é essencialmente<br />

diferente <strong>da</strong>quela entre governo – contratante <strong>de</strong> obras – e empreiteiras. A transição<br />

do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> financiamento e gestão do setor <strong>de</strong> rodovias, portanto, foi intensamente<br />

contamina<strong>da</strong> pela herança institucional.<br />

As rodovias concedi<strong>da</strong>s à iniciativa priva<strong>da</strong> tiveram sua regulação e acompanhamento<br />

pelo mesmo órgão responsável pela contratação <strong>de</strong> obras rodoviárias. A estrutura<br />

institucional <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> à gestão <strong>de</strong>ssa nova forma <strong>de</strong> financiamento (pedágio), que incluiu<br />

parte <strong>da</strong>s principais rodovias nacionais, era tími<strong>da</strong>, pois o Departamento Nacional <strong>de</strong><br />

Estra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Ro<strong>da</strong>gens (DNER) somente <strong>de</strong>stinou uma área – pouco aparelha<strong>da</strong> e sem<br />

recursos humanos suficientes – para o acompanhamento <strong>da</strong>s rodovias <strong>de</strong>sestatiza<strong>da</strong>s.<br />

Regulação <strong>de</strong> serviços públicos e controle externo

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