09.03.2014 Views

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>da</strong> União<br />

A gestão <strong>da</strong>s rodovias pe<strong>da</strong>gia<strong>da</strong>s traz consigo a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um novo e<br />

complexo aparato regulatório que possibilite:<br />

gerir contratos <strong>de</strong> longo prazo (em geral superiores a 20 anos);<br />

implementar uma política tarifária;<br />

estimar os custos <strong>de</strong> operação e manutenção dos empreen<strong>de</strong>dores, bem como a<br />

remuneração a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> dos capitais investidos;<br />

levar em conta e se relacionar com os usuários <strong>da</strong>s rodovias concedi<strong>da</strong>s, inclusive<br />

as coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais diretamente afeta<strong>da</strong>s, seja pela obstrução <strong>de</strong> acessos às suas<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e locais <strong>de</strong> trabalho, seja pelo fato <strong>de</strong> alterarem suas rotinas usuais.<br />

As licitações para concessão dos primeiros trechos <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais à iniciativa<br />

priva<strong>da</strong> ocorreram a partir <strong>de</strong> 1994 e foram geri<strong>da</strong>s pelo Ministério dos Transportes e pelo<br />

extinto DNER. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>ssas concessões, tal como as gran<strong>de</strong>s empreita<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> obras rodoviárias, estava baseado, sobretudo, na remuneração pelo custo dos serviços,<br />

sem levar em conta qualquer mecanismo <strong>de</strong> indução a ganhos <strong>de</strong> eficiência empresarial e<br />

a conseqüente transferência <strong>de</strong>sses benefícios aos usuários, principalmente por meio <strong>da</strong>s<br />

tarifas 24 . No plano <strong>de</strong> negócios preconizado para a operação <strong>de</strong>ssas rodovias, pouco se<br />

consi<strong>de</strong>rou a respeito dos custos ambientais incorridos por esses empreendimentos.<br />

90<br />

Em 2001, foi cria<strong>da</strong> a Agência Nacional <strong>de</strong> Transportes Terrestres (ANTT),<br />

encarrega<strong>da</strong> <strong>de</strong> regular a exploração <strong>da</strong>s rodovias e os transportes interestadual e<br />

internacional <strong>de</strong> passageiros realizados por mo<strong>da</strong>l rodoviário.<br />

SÍNTESE MULTISETORIAL<br />

Arranjos institucionais variados e complexos emergiram <strong>da</strong>s reformas dos setores<br />

<strong>de</strong> infra-estrutura no Brasil. Esse novo arcabouço institucional <strong>de</strong>stinou-se, num primeiro<br />

momento, a gerir a mu<strong>da</strong>nça na forma <strong>de</strong> intervenção estatal sobre a oferta <strong>de</strong> serviços<br />

públicos, que <strong>de</strong>ixariam – na ótica dos reformadores – <strong>de</strong> serem prestados diretamente por<br />

entes estatais para serem <strong>de</strong>legados a investidores privados. Num segundo movimento, as<br />

novas instituições <strong>de</strong>veriam se <strong>de</strong>dicar à normatização dos diversos setores e à regulação<br />

econômica dos mercados.<br />

Ocorre que, no Brasil, o compasso <strong>da</strong>s reformas foi mais <strong>de</strong>terminado por<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s fiscais do que pela adoção <strong>de</strong> uma nova estratégia na forma <strong>de</strong> ofertar<br />

serviços públicos. Talvez a única exceção a essa regra tenha sido a reforma do setor <strong>de</strong><br />

telecomunicações brasileiro, que combinou bem esses dois propósitos. Ain<strong>da</strong> assim, po<strong>de</strong>se<br />

afirmar que as reformas não foram estrutura<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma sistêmica.<br />

Como resultado, nem sempre o arcabouço institucional e os marcos regulatórios<br />

setoriais produziram os resultados a<strong>de</strong>quados para que o núcleo do governo mantivesse<br />

a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar as ações dos diversos agentes envolvidos no provimento dos<br />

serviços públicos, assim como instrumentos capazes <strong>de</strong> forçar a cooperação para alcançar<br />

objetivos previamente <strong>de</strong>lineados.<br />

No setor elétrico, aplica-se especialmente esse diagnóstico, pois lá primeiro<br />

começaram as privatizações – na distribuição –, o <strong>de</strong>smantelamento <strong>de</strong> empresas públicas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!