09.03.2014 Views

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>da</strong> União<br />

Regras sem clareza e um arranjo institucional intrincado – e que não foi posto em<br />

prática – constituíam um ambiente <strong>de</strong>sfavorável à atração <strong>de</strong> investidores privados em<br />

proporções que garantissem a expansão <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> instala<strong>da</strong> para fazer frente à<br />

crescente <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por insumos energéticos. Além disso, as privatizações – principalmente<br />

nas empresas distribuidoras estaduais – e o esvaziamento do setor estatal <strong>de</strong>ixaram o<br />

governo sem capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> e sem instrumentos para impor cooperação dos agentes setoriais,<br />

e mesmo coor<strong>de</strong>nar investimentos e produzir cenários para a expansão do parque elétrico<br />

nacional.<br />

Recentemente, uma nova reforma está sendo concluí<strong>da</strong> para o setor elétrico<br />

brasileiro. Os objetivos <strong>de</strong>sta nova reforma são três (BRASIL, 2003):<br />

garantir a segurança <strong>de</strong> suprimento <strong>de</strong> energia elétrica;<br />

promover a modici<strong>da</strong><strong>de</strong> tarifária, por meio <strong>da</strong> contratação eficiente <strong>de</strong> energia para<br />

os consumidores regulados; e<br />

promover a inserção social no Setor Elétrico, em particular pelos programas <strong>de</strong><br />

universalização <strong>de</strong> atendimento.<br />

SETOR DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL<br />

88<br />

A consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> uma indústria petrolífera (IP) no Brasil <strong>de</strong>u-se efetivamente a<br />

partir <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> Petrobrás, em 1953. O <strong>de</strong>safio original <strong>da</strong> empresa era expandir<br />

o parque nacional <strong>de</strong> refino, a fim <strong>de</strong> assegurar a auto-suficiência na produção <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>rivados, ain<strong>da</strong> que a matéria-prima fosse importa<strong>da</strong>. Construiu-se, <strong>de</strong>ssa forma, uma<br />

matriz <strong>de</strong> refino basea<strong>da</strong> nas especificações do óleo bruto importado predominantemente<br />

do Oriente Médio.<br />

Gra<strong>da</strong>tivamente, a Petrobrás foi ocupando o upstream 21 , também legalmente<br />

reservado ao monopólio 22 , e integrando verticalmente as diversas etapas <strong>da</strong> IP no Brasil.<br />

Configurava-se, assim, uma empresa que praticamente sintetizava o setor petrolífero<br />

nacional. Essas razões históricas aju<strong>da</strong>m a explicar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado apropriado pela<br />

Petrobrás ao longo dos anos e a absoluta ausência <strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> agentes econômicos<br />

em <strong>de</strong>terminados segmentos <strong>da</strong> IP nacional.<br />

O monopólio preconizado pela Lei nº 2.004/1953 foi constitucionalizado em<br />

1988, tornando ain<strong>da</strong> mais sólido o domínio <strong>da</strong> empresa estatal <strong>de</strong> petróleo sobre o setor.<br />

Contudo, o agravamento do ambiente econômico na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 levou o Governo,<br />

na condição <strong>de</strong> controlador <strong>da</strong> Petrobrás e como regulador dos preços dos <strong>de</strong>rivados,<br />

a subdimensionar o valor <strong>de</strong> tais produtos como instrumento <strong>de</strong> combate à inflação,<br />

gerando sucessivas per<strong>da</strong>s econômicas à Empresa, minando, <strong>de</strong>ssa forma, a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> investimento em pesquisa para a manutenção <strong>de</strong> reservas petrolíferas capazes <strong>de</strong> <strong>da</strong>r<br />

sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à produção futura <strong>de</strong> óleo nacional.<br />

Premido pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investir intensamente no conhecimento <strong>da</strong>s bacias<br />

sedimentares brasileiras e no contexto <strong>da</strong> reforma dos setores <strong>de</strong> infra-estrutura, agudiza<strong>da</strong><br />

a partir <strong>de</strong> meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90, o Governo Brasileiro implementou, por meio <strong>de</strong><br />

emen<strong>da</strong> constitucional e <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> um novo marco legal, a chama<strong>da</strong> flexibilização do<br />

monopólio do petróleo, consistente na possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> agentes privados em<br />

setores até então reservados à Petrobrás.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!