09.03.2014 Views

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

concessão. Essa taxa <strong>de</strong> retorno do investimento, por ter sido pactua<strong>da</strong> em um período <strong>de</strong><br />

incertezas inflacionarias e econômicas para o nosso País (1993 a 1995), tem-se mostrado,,<br />

durante cerca <strong>de</strong> oito anos <strong>de</strong> execução contratual, sempre maior do que a ofereci<strong>da</strong> em<br />

investimentos alternativos ou em outras aplicações disponíveis no mercado. Dessa forma,<br />

to<strong>da</strong> vez que se suplementa os investimentos previstos no PER, ou a concessionária realiza<br />

investimentos não previstos originalmente no PER, ocorre, pelo menos, um duplo ganho<br />

para os acionistas: a concessionária realiza a obra pelo preço <strong>de</strong> mercado, sendo ressarci<strong>da</strong><br />

pelos usuários, mediante o pagamento <strong>de</strong> pedágio, pelos valores contratualmente<br />

ajustados na licitação, quase sempre maiores do que o <strong>de</strong> mercado; e a remuneração dos<br />

investimentos acrescidos ou suplementados pela TIR do projeto é quase sempre maior do<br />

que outras opções <strong>de</strong> aplicações <strong>de</strong> recursos disponíveis no mercado. Portanto, o mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> regulação econômico-financeira (mo<strong>de</strong>lo estático ou tradicional), no que se refere<br />

aos investimentos, incentiva a realização <strong>de</strong> obras <strong>de</strong>snecessárias, na maioria <strong>da</strong>s vezes,<br />

justifica<strong>da</strong>s como sendo obras <strong>de</strong> segurança ou conforto para os usuários <strong>da</strong> rodovia.<br />

Os financiamentos e suas respectivas amortizações, assim como os juros, constam<br />

do fluxo <strong>de</strong> caixa (alavancado) <strong>da</strong> concessão em valores projetados à época <strong>da</strong> licitação.<br />

Eles não são acompanhados pelo ente regulador e, <strong>de</strong>ssa forma, não são atualizados<br />

conforme a sua execução, ou seja, trata-se <strong>de</strong> rubricas estáticas, assim como é o atual<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regulação econômico-financeiro do setor <strong>de</strong> rodovias.<br />

Nessa perspectiva, durante a execução contratual, há um <strong>de</strong>scompasso entre<br />

os valores projetados <strong>de</strong> financiamento, amortização e juros e os valores efetivamente<br />

contratados com instituições financeiras. Tal situação incorreta no sentido técnico e<br />

econômico – haja vista que o fluxo <strong>de</strong> caixa financeiro não <strong>de</strong>veria estar <strong>de</strong>ntro do fluxo <strong>de</strong><br />

caixa <strong>da</strong> concessão – tem por conseqüência a alavancagem dos financiamentos, ou seja,<br />

estes são contratados em condições <strong>de</strong> mercado (prazo <strong>de</strong> amortização, juros etc.), e são<br />

remunerados pela TIR contratual, taxa, conforme explicado no penúltimo parágrafo, quase<br />

sempre bem maior do que a disponível no mercado. Portanto, só a operação incorreta<br />

<strong>de</strong> alocar condições <strong>de</strong> financiamentos fictícios no fluxo <strong>de</strong> caixa proporciona um ganho<br />

financeiro que é apropriado exclusivamente pelo concessionário. Tal fato é agravado<br />

por não se ajustar os financiamentos durante a execução contratual, conforme valores e<br />

condições efetivamente contrata<strong>da</strong>s.<br />

253<br />

A taxa <strong>de</strong> remuneração do concessionário (TIR) já foi bastante discuti<strong>da</strong> no<br />

Capítulo 6 (item 6.6), não cabendo aqui maiores aprofun<strong>da</strong>mentos quanto às <strong>de</strong>ficiências<br />

<strong>da</strong> TIR como parâmetro para aferição do equilíbrio econômico-financeiro <strong>de</strong> uma<br />

concessão ou para reequilibrar contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong>sequilibrados. Nesse mo<strong>de</strong>lo<br />

estático <strong>de</strong> concessões <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais, em que os contratos <strong>de</strong> concessão fazem<br />

alusão à preservação <strong>da</strong> tarifa básica <strong>de</strong> pedágio inicial, há entendimento, por gran<strong>de</strong><br />

parte dos agentes envolvidos no processo, que a remuneração inicial (TIR) também <strong>de</strong>ve<br />

ser preserva<strong>da</strong> durante to<strong>da</strong> a execução contratual – visão tradicionalista. Dessa forma,<br />

observa-se que to<strong>da</strong>s as revisões extraordinárias, que buscam reequilibrar o contrato<br />

afetado, são ajusta<strong>da</strong>s mediante o retorno <strong>da</strong> TIR inicial, ou seja, a TIR do contrato.<br />

A TIR dos contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais, em razão <strong>de</strong> permanecer<br />

constante durante to<strong>da</strong> execução contratual, não reflete o custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

negócio ao longo <strong>da</strong> concessão. Tendo em vista que a TIR <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> contrato <strong>de</strong> concessão<br />

foi fixa<strong>da</strong> quando havia gran<strong>de</strong>s incertezas quanto à situação econômica e ao processo<br />

inflacionário futuro do Brasil (1993 a 1995), entre outros, seus valores atuais são altos<br />

para a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> por que o País passa. Essa situação fica clara quando comparamos<br />

as TIRs alavanca<strong>da</strong>s 27 dos contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais, ou <strong>de</strong>lega<strong>da</strong>s,<br />

em an<strong>da</strong>mento – NovaDutra: 26,89% a.a.; Concer: 16,48% a.a.; CRT: 23,3% a.a.; e<br />

Regulação <strong>de</strong> serviços públicos e controle externo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!