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Atas/Proceedings Seminário Desporto e Ciência 2011 Página 115 de 520
louco, o santo, o profeta, o génio, o inovador, escapam aos modelos explicados como
consensuais.
O caos, no ecossistema desportivo, constitui-se como um revigorante energético, no
aumento da qualidade diferenciadora do carácter único do atleta e/ou equipa. Nesta
prospectiva, o caos ecológico é o caldo primordial, que recorrendo a uma caorganização,
fecunda a criatividade na acção de decisão, (Caldeira, 2008). A auto-organização ecológica
das multi-dimensões que edificam o desporto, está mais de acordo com a transitoriedade
complexa das affordences que “obrigam” os atletas, ao desenvolvimento de uma capacidade
de adaptação radical, onde a criatividade parece ser o atractor decisivo, na eficácia da acção.
Neste tempo de mudança, a vida no desporto é sinónimo de experienciar, o furacão
perpétuo de destruição-renovação criativa.
Este processo suscita a emergência interactiva não-linear, de múltiplos elementos que
desenham um creodo no “instante de criação”. A criatividade é a matéria prima renovável,
que fornece energia à grande “fábrica” dissipativa, da imprevisibilidade dinâmica desporto.
A criatividade da decisão-acção fecunda-se no instante de simbiose cooperativa, dos multielementos
que metabolizam a transição de fase para um novo campo de complexidade,
rompendo com a ordem anterior, auto-eco-organizam uma nova espiral evolutiva, cujo
propósito ecológico é ainda difícil de entender. O habitual na realidade não é a ordem, mas a
desordem, a descontinuidade interdependente e a irregularidade. O que torna possíveis,
todas as ciências empíricas da ordem, é a natureza e naturezas humanas, permitindo na
configuração geral da episteme, o ajustamento da semelhança e da imaginação (Foucault,
2005).