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Atas/Proceedings Seminário Desporto e Ciência 2011 Página 124 de 520
industrialização ditava como valores fundamentais a inserção do indivíduo num grupo, onde
a divisão de tarefas era fundamental para que os objectivos pretendidos pudessem ser
cumpridos, entre outros exemplos que poderíamos dar. Mas naturalmente, com a evolução
das concepções, do conhecimento e até dos meios disponíveis estas actividades foram-se
adaptando aos contextos e as semelhanças que podemos identificar entre a ginástica e o
futebol “originais” e a sua forma actual são muito ténues (salvo algumas excepções de
retrocessos induzidos por saudosismos do passado ou incapacidade de se adaptar, mas que
são situações disfuncionais e com custos elevados na expressão da própria actividade).
A Expedição, face à sua origem e ao seu passado está também impregnada de um conjunto
de conceitos que lhe estão implícitos, alguns que se mantêm actuais outros que terão de ser
repensados e reformulados para que esta possa continuar a dar resposta às estruturas
sociais actuais, ao conhecimento disponível, aos meios existentes, aos modos de vida, no
fundo, adaptar-se não ao presente (pois este já passou) mas ao futuro. Isto não significa que
temos de renegar o passado, há um conjunto de ensinamentos que resultam da adaptação
do homem aos contextos, durante milhares de anos, e que podem ser muito úteis para a
realização de expedições.
Mas afinal o que nos pode dar a Expedição num contexto actual
A evolução da tecnologia e dos equipamentos acessíveis tornaram caducos alguns dos
objectivos que outrora motivaram as expedições, explorar um território, usufruir de uma
paisagem ou conhecer lugares remotos, por si só já não justificam a realização da Expedição.
Num mundo onde o real e o virtual se interpenetram e até se confundem, tecnologias como
a realidade virtual, imagens de satélite, etc., vulgarizaram-se e proporcionam com custos
mais baixos atingir estes objectivos. Mas por melhores e mais sofisticados que sejam estes