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Atas/Proceedings Seminário Desporto e Ciência 2011 271 de 520
mais visíveis associados a estas perturbações mentais verificam-se, no caso da ansiedade, à
possibilidade desta potenciar agressividade auto e hetero dirigida (auto-mutilações, ingestão
de corpos estranhos, greves de fome, tentativa de fuga, envolvimento em motins) e na
depressão, à alteração da auto-imagem, de delírios e em casos extremos, à tentativa de
suicídio. A prática de actividades físicas e desportivas no meio prisional tem sido incentivada
como elemento chave na promoção de estilos de vida saudável, de ocupação dos tempos
livres, de combate às doenças associadas ao sedentarismo, e ainda ao desenvolvimento de
relações interpessoais e de competências pessoais que possibilitem não só à adaptação à
prisão mas também à vida em liberdade. Os papéis sociais e educativos atribuídos ao
desporto, na aprendizagem do auto-controlo, no respeito pelas regras e de outras atitudes
úteis à convivência no interior do Estabelecimento Prisional e à sociedade, constituem
igualmente objectivos relevantes no tratamento penitenciário. Considerando, assim, a
importância da actividade física (AF) neste contexto, e a ausência de estudos no bem-estar
subjectivo (BES) dos reclusos, o presente estudo tem como objectivo geral determinar a
relação entre o BES
(satisfação com a vida, afecto positivo e negativo) e a actividade física nas populações
reclusas das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. Com base nas possíveis
diferenças, entre os indivíduos participantes, os objectivos específicos são: verificar se
existem diferenças em relação aos níveis de BES entre reclusos com e sem AF, controlando
as variáveis sociodemográficas/jurídico-penais e ainda determinar o efeito dessas mesmas
variáveis (idade, habilitações literárias, educação/formação profissional, actividades laborais,
tempo de reclusão) nos afectos e na satisfação com a vida.