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Atas/Proceedings Seminário Desporto e Ciência 2011 Página 80 de 520
I. INTRODUÇÃO
A vertente fisiológica da teoria e metodologia do treino desportivo actuais pressupõem que
se atinja uma maior influência das cargas físicas ao nível dos processos de adaptação
biológica do organismo dos desportistas, sem que se altere substancialmente a estrutura
homeostática do material citológico ou seja submeter o organismo do atleta a intenso
trabalho, mantendo-o sempre em sintonia com as leis da adaptação biológica. Este processo
obriga a um exaustivo controlo e a uma avaliação operacional que estejam completamente
adequados às especificidades da actividade competitiva de uma determinada modalidade
desportiva (V. Zatsiorskiy, 1982; V. Platonov, 1987). A grande maioria dos métodos de
controlo e avaliação das manifestações biológicas da resistência especial assenta em
critérios que directa ou indirectamente têm a ver com VO 2max. e a potencia anaeróbia
(Volkov, 1986; Kots, 1986). Segundo Mishchenko (1988) esses parâmetros fisiológicos
isolados do resto das reacções biológicas não reflectem totalmente a especificidade inerente
à actividade competitiva. A Estrutura da Preparação Funcional (EPF) dos desportistas de alta
competição deve analisar-se como um complexo integrador de parâmetros e factores
fisiológicos, metabólicos, bioquímicos e ergonómicos que pressupõe, caracterizar de forma
global as funções e as propriedades biológicas, que de forma directa ou indirecta delimitam
e condicionam a eficácia da actividade competitiva a nível da resistência específica (V.
Mishchenko, 1988).
Partindo do pressuposto, que a essência das manifestações funcionais (fisiológicas,
bioquímicas e metabólicas) da resistência especial nos tipos de desporto de locomoção
cíclica, consiste num determinado nível de desenvolvimento do complexo das componentes
factoriais da EPF nomeadamente: a potência aeróbia e anaeróbia, esta última nas suas fases
láctica e aláctica; o rendimento energético, fisiológico e bioquímico; a velocidade do