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Atas/Proceedings Seminário Desporto e Ciência 2011 Página 66 de 520
Mas quem recebe o passe não se pode também preocupar apenas com a bola ou
com os adversários apenas depois de a receber. É preciso ter preparada a acção seguinte em
cada momento, ainda antes de receber a bola. Tal como já afirmámos, quem recebe não
deve ficar à espera mas melhorar as condições do passe e ter preparada a acção seguinte
(Vicente, A., Fernando, C. & Lopes, H., 2010).
Vimos assim através destes exemplos que o treino dos futebolistas deve assim visar a
criação e desenvolvimento de coordenações entre jogadores e não apenas ficar pelo ensino
de algumas técnicas ou gestos ou sequer desenvolvimento de capacidades fisiológicas. As
relações entre os jogadores, a coordenação das suas funções (dinâmica de grupo) são
aspectos decisivos que devem ser treinados funcionalmente.
III. CONCLUSÕES
A utilização de instrumentos (conceptuais e materiais) aparentemente simples, por exemplo,
um Modelo tão simplificado como t ≥ t’, permite identificar e compreender funcionalmente
os fenómenos deste tipo de actividades para que a intervenção seja mais eficiente.
Através dos exemplos apresentados de situações concretas em que analisámos e
quantificamos os tempos parcelares (na sequência de outros trabalhos que temos vindo a
realizar neste mesmo âmbito para inúmeras outras situações), tornou-se evidente como a
compreensão do futebol de uma forma funcional, mais ajustada, permite uma gestão mais
rentável (considerando uma relação dinâmica entre os lucros obtidos e os capitais
investidos).
Esta compreensão funcional do futebol possibilita um planeamento e controlo do treino
bem como uma gestão do jogo e das suas estruturas organizacionais, no fundo uma
intervenção objectiva e eficiente.