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Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

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A conservação <strong>da</strong>s jurisdicçóes indigenas é, ao mesmo tempo, uma<br />

vantagem para a justiça e uma boa medi<strong>da</strong> politica.<br />

To<strong>da</strong>s as eaçúes coloniaes teem interesse em chamar a si as classes<br />

medias indigenm mais illnstra<strong>da</strong>s e probas, e o exercicio <strong>da</strong>s funcqóes judi-<br />

ciaes é uma <strong>da</strong>s melhores formas <strong>de</strong> as educar, civilisar e ut,ilisar.<br />

Principalmente nas colonias <strong>de</strong> população muito <strong>de</strong>nsa não se p6<strong>de</strong><br />

in<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>mente administrar os indigenas senão por intermedio d'elles pro-<br />

prios, e por isso 6 absolutamente necessario orientar a politica indigena, <strong>de</strong><br />

maneira a crear na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> nativa, uma classe superior <strong>de</strong> funccionarios,<br />

professores e magistrados capazes <strong>de</strong> influenciar eficazmente as massas po-<br />

pulares, e <strong>de</strong>dicados por interesse proprio á politica e administraçiio <strong>da</strong><br />

nacáo dominadora.<br />

I)emais, a manutençrio <strong>da</strong>s jurisdicçúes indigenas, além <strong>da</strong>s suas<br />

vantagens politicas, e <strong>da</strong> economia que perrnitte fazer nos orçamentos colo-<br />

niaes, redun<strong>da</strong> em proveito indiscutivel dos principaes interessados, que<br />

assim teem a justiça <strong>de</strong> que carecem e que melhor comprehen<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>cal-<br />

ca<strong>da</strong> nos coatumes locaes e apropria<strong>da</strong> &s suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

As naçúes coloniaes, principalmente as latinas, não se teem habitual-<br />

mente compenetrado <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> d'estas consi<strong>de</strong>raçóes. Mais ou menos so-<br />

nhadores, todos os nossos gongoricos <strong>de</strong>clamadores, a quem tão frequente-<br />

mente incumbe legislar para as colonias, antepôem á evi<strong>de</strong>ncia brutal <strong>da</strong>s<br />

exigencias praticas, os floreados rhetoricos do velho thema : fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

egual<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Esquecem que, para n'um futuro mais ou menos remoto a exportação<br />

$0<br />

dlessas formulas po<strong>de</strong>r significar alguma coisa, é preciso a<strong>da</strong>ptar to<strong>da</strong> a<br />

administração indigena 4s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s actuaes, e, antes <strong>de</strong> tudo, proce<strong>de</strong>r<br />

sempre com benevolencia e equi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Os inconvenientes <strong>da</strong> utilisaçáo <strong>de</strong> tribunaes europeus na <strong>de</strong>rimencia<br />

dos litigios civis, i$ estão <strong>de</strong> longa <strong>da</strong>ta bem provados. No tempo em<br />

que o imperio indiano era ain<strong>da</strong> dominio exclusivo <strong>da</strong> Companhia <strong>da</strong>s<br />

Indias, foram alli estabelecidos tribunaes civis i<strong>de</strong>nticos aos <strong>da</strong> metropole,<br />

com magiutrados europeus e as formulas inglezas <strong>de</strong> processo.<br />

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