Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

532 POLITICA INDIGENA
dimento do3 chefes indigenas, á fi~calisaçáo exercida pelas a~ictoridades
europeias. Tem de se en~inar um povo a governar, como se educa um individixo
para a liicta pela cxistencia. Sob este ponto de vista o simile é
flagrante. As raças que mellior sabem gerir os negocio3 publicos, as que
mais ostensivamente revelam tendencias nobres e progressivas, são precizamente
aquellas em cuja eclucação individual mais largamente se attende
ao fortalecimento da iniciativa privada.
Ao caracter do individuo vale mais o conselho intelligente e a auctoridade
benevola e sem mesquinhez do educador, do que a limitação cautelosa
de todas as manifestaçóes de independencia intellertual e moral. A
indole pueril dos povos atrazados convem mais a tutella educativa da raça
dominadora limitada á consolidaq50 das instituiçóes locaes, intervindo
apenas para rcprimir RELISOF, remcdinr erros c introdiizir aperfeiçoamentos,
do que a ingerencia directa de quem superiorincnte os governa 11a3 mais
infimas particularidades da sua vida social.
A fiscalisaqão paternal exercida pelas aiictoridades europeias sobre
os organismos administrativos indigenas, náo é sG um dever de tutella, é
tambem uma necessidade politica. Como garantia da siibmissão da população
nativa, e ainda para que essa obediencia se exteriorise praticamente,
8 indispensavel que a auctoridade da metropole se faça sentir em toda a
colonia com suavidade e com brandura, mas sem o menor desfallecimento.
Todas as questóes que se relacionem com os indigenas devem ser tratadas
por intermedio dos seus chefes. I? conveniente proceder dc maneira a que
nenhiim d'estes adquira importancia ou preponcierancia exagerada que lhe
possa suggerir velleidades de revolta, e Q de boa politica equilibrar quanto
possivcl o poderio e as attribiiiq6es officiaes de cada chefe. Sobre o assiimpto
escrcveu Mousinho de Albuquerque as seguintes palavras: (I)
aos pequenos chefes são auxiliares ntilissiinos, indispensaveis mesmo
para a administração e politica n'aquellas vastas regióes onde, por vezes,
um commando tem uma area de jurisdicção muito superior á dos districtos