07.06.2013 Views

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

204 POLITICA INDIGENA<br />

- -- - .- - -<br />

E indispensavel que se aproprie quanto antes o Codigo Penal 4s cir-<br />

cumstaiicias especiaes a ca<strong>da</strong> colonia, e que, principalmente em Angola e<br />

Moçambique se organise a justiça indigena sobre as bases tiio simples, tão<br />

praticas e provavelmente tão efficazes que Eduardo Costa indicou.<br />

Condição juridica dos mestiços<br />

Na nossa opinião, as razóes que justificam e até mesmo impôem o<br />

estabelecimento para os indigenas, d'um estatuto civil differente do dos<br />

europeus, e d'uma legislação penal apropria<strong>da</strong>, não subsistem nem se po<strong>de</strong>m<br />

applicar aos mestiços.<br />

Em primeiro logar, consi<strong>de</strong>rando a questão pelo lado moral, Q justo<br />

que á raça mestiça proveniente <strong>da</strong> culpa, ou antes, <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

quasi exclusiva, <strong>da</strong> raça colonisadora, seja garanti<strong>da</strong> uma situação moral,<br />

material e legal i<strong>de</strong>ntica B dos europeus. Assimilar os mestiços aos indige-<br />

nas, a16m <strong>da</strong> injustiça do procedimento, Q pessima norma administrativa,<br />

principalmente nas colonias mixtas em que o seu concurso, em pQ <strong>de</strong> egual-<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong> com os europeus, <strong>de</strong> tanta utili<strong>da</strong><strong>de</strong> pó<strong>de</strong> ser. Crear-lhes uma situa-<br />

ção intermedia tLntre os elementos indigena e colonisador, só pó<strong>de</strong> servir,<br />

para <strong>de</strong>senvolvt~r uma classe irrequieta e <strong>de</strong>scontente, cheia <strong>de</strong> odios e <strong>de</strong><br />

aspiraçóes, capaz <strong>de</strong> revolta e <strong>de</strong> violencia, con<strong>de</strong>mna<strong>da</strong> a ser eternamente<br />

<strong>de</strong>spreza<strong>da</strong> por iins e a <strong>de</strong>sprezar os outros, elemento activo <strong>de</strong> perturba-<br />

ções e foco <strong>de</strong> l)o.;siveis <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns e rebellióes.<br />

Com as populaçóes mestiças são aconselhaveis os processos que ten-<br />

<strong>de</strong>m a obter a siia completa assimilaçáo juridica aos europeus, tanto sob O<br />

ponto <strong>de</strong> vista do estatuto civil como em materin criminal.<br />

Foi esta a doutrina que mereceu a consagraçáo <strong>de</strong>finitiva do Congresso<br />

<strong>de</strong> Sociologia Colonial <strong>de</strong> 1900, e actualmente E <strong>de</strong> maxima conveniencia<br />

que as naçóes coloniaes a ponham em pratica, salvo algnma excepçáo que<br />

as circumstancias locaes impozerem.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!