Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

CAPITULO IX
Papel dos indigenas na defeza das colonias
A expansfio militar nas colonias e a manutenção da ordem nos territorios
occupados, raramente se ~odem effectuar sem a cooperação de
elementos indigenas. D'abi resulta a elevada percentagem por que são representados
na coimposiçáo dos corpos de occiipaçáo, defeza e policia, os
mturaes de quasi todas as colonia~. Durante as operaçóes militares da
conquista e occupacfio, iitilisam-se as rivalidades entre as tribiis, oii entre
raças ou castas, para obter auxiliares aguerridos e conhecedores do terreno,
obrigam-se as populaçóes inermes ao serviço de transportes, abastecimentos,
etc., compra-se a neutralidade de uns, lisonjeia-se a arnbiçáo de outros,
em resumo. divide-se para reinar.
Embora antes da pacifica(;go da colonia os effectivos militares devam
ser essencialmente constituidos por soldados vindos da metropole, é certo
tambem qne, desde principio, os indigenas prestam excellentes serviços
como exploradores, carregadores, interpretes e, principalmente, como emeritos
razziadores, o que não é para desprezar em guerras africanas, onde
a razziii, digam os humanitaristas o que disserem, Q muitas vezes uma necessidade
impreterivel para se poder vencer. 0s inglezes na India, os francezes
na Indo-China e no norte d'Africa, e todas as naçóes nas suas colonias
intertropicaes teem utilisado largamente o elemento indigena nas
operaçóes da occupação. De entre as modernas naçóes colonisadoras, Portugal
foi a primeira que tirou vantagens notaveis do auxilio militar prestado
pelos indigenas. Na conquista de Gôa e em tantos outros brilhantis-
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