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Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

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hibiçiio immediata <strong>da</strong> immigração contracta<strong>da</strong>, ora se limitavam a reclamar<br />

com insistencia a repatrinção ol~rigatoria dos serviçaes assalariados. Note-<br />

se bem ; não <strong>de</strong>sejavam aquellas boas almas qiie se assegurasse o direito ri<br />

repatriação ; queriam mais e melhor. Só os satisfazia que impuzéssemos<br />

coercivamente aos negros que se recontractam voliintariamente, e a quem<br />

repugna a i<strong>de</strong>ia do regresso ao jugo criiel e arbitrario dos regiilos serta-<br />

nrjos, iima repatriaçiio <strong>de</strong> que elles se arreceiarn e que representaria um<br />

iiiclualificavel attentado, nrio só contra a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> do traballio, como coritra<br />

os mais sagrados direitos indivitliiaes. Elles, os humanitarios paladinos <strong>da</strong>s<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s anti-escravaturistas, vendo que l'ortugal, na <strong>de</strong>feza do seu bom<br />

nome e dos seus interesses, <strong>de</strong>monstrára cabalmente ao mundo, a legali-<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong> dos contractos <strong>de</strong> scrviçaes, a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> d'cstes, e o mo<strong>de</strong>lar regimen<br />

<strong>de</strong> traballio e ile trataiiicnto seguido nas roças, acolhiam-se, n'um ultimo<br />

refiigio, 6 extrnortlinaria exigciicia clo repatriamciito obrigatorio, suppondo<br />

intpensa<strong>da</strong>incnte que talvez cssa medi<strong>da</strong> arruinasse os agricultores.<br />

Santos vnróes, beiiemeritos philantropos ! . . .<br />

Se a siiperiori<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho livre fornecido pela mão d'ubra local,<br />

sobre o trabnllio immigrado, n5o fosse t&o rcconlieci<strong>da</strong>, talvez mesmo que o<br />

governo portagiiez tivesse praticamente vantagens em adoptar essa medi<strong>da</strong><br />

immoral e abnsiva qiie a <strong>de</strong>stempera<strong>da</strong> campanha contra o cacau escrat.0<br />

incessanteiilcnte lhe reclamava. Os negros qiie fin<strong>da</strong>ssem os contractos,<br />

expulsos á força <strong>de</strong> S. Tliom6, levariam pura Angola a hma <strong>de</strong> bom trata-<br />

mento recebido, e concorreriam, náo sú para facilitar enormemente a tarefa<br />

do recrutamento, como até talvez para promover lima corrente dc immi-<br />

graçáo livre.<br />

De resto, n totlos qiic teem querido iitilisar-se <strong>da</strong> facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sc<br />

rel~atriarem, iiiincri foi cred<strong>da</strong> a menor clifficul<strong>da</strong><strong>de</strong>, ciimprindo-se religiosamente<br />

os contrnctos e a 1egisla~Bo em vigor, e regressando os serviçaes a<br />

Angola, a espalharem no sertáo, entre os seus conterraneos, a excellencia<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e do traballio nas roças <strong>de</strong> S. Thomé.<br />

Muitas vczes se tem querido attxibnir excliisivamentc a origem <strong>da</strong><br />

movi<strong>da</strong> contra o regimen <strong>de</strong> traballio em S. '~liomé, ao <strong>de</strong>svaira-<br />

mento produzido ril~ima parte <strong>da</strong> opiniáo publica ingleza pelas inverosimeis

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