07.06.2013 Views

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

272 POLITZCA INDIGENA I<br />

---- --<br />

i<br />

atC ao contra-senso <strong>de</strong> se applicar ao indigena que trabalhava por simples<br />

contracto. Parece que n'este caso a sancção penal do <strong>de</strong>licto <strong>de</strong> evasão<br />

<strong>de</strong>ve liqui<strong>da</strong>r as obrigaçóes; O indigena que contractou, inflingiil o c»n-<br />

tracto e foi punido, <strong>de</strong>ve ficar quite com a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Se tiepoi, t~ntregar<br />

á vadiagem, isso srrli outro <strong>de</strong>licto inteiramente differente. Ehtn tli.I>osiyao<br />

pó<strong>de</strong> ter as seguintes conseqiiencias. Urri patriio contracta um serviçal e<br />

procura abusivamente, por processos que E escu ado esplanar inas qiie lhe<br />

3<br />

garantem a impunicla<strong>de</strong>, que o indigena lhe fuja. Preso este, é julgado e<br />

con<strong>de</strong>mnado a trabalho compellido ao serviço do mesmo patrko que já lucra<br />

Lima provavel diminuiy5u <strong>de</strong> salario. Ilepetem-se as pressfies e abusos que,<br />

pela organisaçso <strong>de</strong>feituosa <strong>da</strong> curatella, o inrligeri:~ nunca consegue pro-<br />

var, e este, farto <strong>de</strong> soflrer. eva<strong>de</strong>-se novamente. Capturado promptamente<br />

ate 1,elo proprio amo que jA previa s evasáo, C eritregue A ailctori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

competente que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o con<strong>de</strong>mnar a trabalho correccional, o <strong>de</strong>volve<br />

ao patrão que agora obtern o mesmo servi90 pela tertia parte do preço.<br />

Findo o trabalho correccional o indigena terá naturalmente ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> cumprir<br />

a prestação <strong>de</strong> trahalho compellido primitivamente reqiiisitn<strong>da</strong>, e o que<br />

faltar para terminar o periodo do contracto inicial. Se se itonsi<strong>de</strong>rar a<br />

duração exagerntlissima (10s contractos reconht~ce-\r* estar em presença<br />

d'iima ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira servidáo penal, cruel e injnstifica<strong>da</strong>. Diz a lei que os<br />

patróes <strong>de</strong> serviçars cnn<strong>de</strong>innados a traf)alho correccionlil, os <strong>de</strong>rem <strong>de</strong>volver<br />

á auctori<strong>da</strong>do aclniinistrativa, quando elies terminem o tcinpo <strong>de</strong> serviço,<br />

sob pena dc c-tlm mil reis <strong>de</strong> multa por ca<strong>da</strong> um yue rlíio trt111u lnorrido.<br />

Com a ausencia :il)soluta tle estado civil dos indigenaa, inteiramente por<br />

organisar nas no-,tis colonias africanas, é <strong>de</strong> prever a facili<strong>da</strong><strong>de</strong> e o interesse<br />

qixe ca<strong>da</strong> pitrHo terci em <strong>da</strong>r por mortos, offici:tlmente, os referidos<br />

indigenas, o1)tentIo nsbiin serviçaes perpetrios H. pret;os rediizidos.<br />

íduanto ás torregões nod <strong>de</strong>ra <strong>da</strong>s que a lei faciilta aos patrúes teem<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros tyranetes cujo sceptro, ora chicote <strong>de</strong> cava110 ma-<br />

rinho, ora ferula <strong>de</strong> agiganta<strong>da</strong>s dimensóes, é o terror do sertiio, e uma<br />

causa <strong>de</strong> <strong>de</strong>slustre para a nossa colonisação e influencia civilisadora. Por<br />

certo que nos referimos a casos isolados e que nem <strong>de</strong> longe se comparam<br />

ás atroci<strong>da</strong><strong>de</strong>s commetti<strong>da</strong>s no Congo belga, mas em todo o caso são abusos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!