Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

particular, porém, nfio bastava, Apezar dos successivos desmentidos e defezas
mandadas publicar nos jornacs estrangeiros e apezar dos relatorios
e conferencias interessantes e insuspeitos d'alguns illustres viajantes estrangeiros
que visitaram S. Thom6 concorrerem valiosamente para elucidar
a opinião publica geral e as chailccllarias europeias, acerca do infundado
da campanha de descredito movida contra Portiigral, impunha-se evidenten~cnte
a intervenção directa do governo portuguez, reivindicando altivamente
a perfeiçao das nossas leis sobre o trabalho immigrado, e refutando
coinplctnmcnte as falsidades intencionaes que diariamente se piiblicavam a
respeito do triibalho indigena em S. l'liom4 e do recrutamento dos serviçaes
em Angola. Foi assim que o comprehcndcii o Snr. Conselheiro Noreira Junior,
então ministro do ultramar, mandando elaborar um correcto e documentado
~nenlorn~zdi~r~r cliie, traduzido em diversas linguas, foi transcripto e
commeiitado por todas :is imprensas estrangeiras, concorrendo para firmar
de novo os nossos crctlitos de colonisadores, abalados pela continua diffamação
que de longe vinha cavanclo a ruina do mais precioso florão colonial
da coroa portugueza. Essa correcta e convincente defeza, que táo boa impressão
prodiiziii nos differentes centros coloniaes, termina pelas seguintes
palavras :
B h por esta forma, com a forte consciencia do dever em todo o tempo
ciiiiiprido, que o Governo Portngnez entende dever responder á propaganda
agora renovada, com certa insistencia, contra as condições do trabalho
indigena nas snas colonia~i, cojas causas determinantes nem procura inves-
tigar para não aclarar iiina intencional insidia ou iima malerola ignoran-
cia. A inflacncia das institniçóes e das leis ii&o 4 uma cliimera. Da aucto-
ridade de umas resulta o prestigio das ontras, e o mntuo accordo de ambas
cohre a responsabilidade dos Governos. A estes cabe particularmente o
dever cle vigiar pela escriipulosa observancia das leis e, no que respeita á
questão do recriitamentp e engajameiito dos trdbalhadores indisenas, sobram
os dociimentos de que o Governo Portugaez nem a esse dever tem faltado,
1150 súmentc para os qnc trabalham nas siias colonias, nas de origem c nas
oiitras, mas tamlem para os que, por iim aocordo de leal entendimento,
v50 servir nas colonias estranseiras. E todas as vezes que tem sido neceq-