Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Ora todo este saber e todas estas qualidades que deve possuir o admi-
nistrador colonial, só ao cabo de longa pratica administrativa poderão
ser adquiridos. É preciso, pois, uma longa permanencia entre os indigenas,
e uma aturada observação de todos os factos do seu viver social, para que
o chefe europeu fique apto para o desempenho da sua importantissima
miss8o.
Por outro lado, se o bom exito da administraçtio indigena depende
muito do tacto e saber do chefe europeu, não depende menos tambem da
confiança e respeito dos naturaes por esse funccionario. Essa confiança que
só se adquire com o habito d'unia dilatada convivencia B um argumento
importante a favor da necessidade de conservar essa cathegoria de func-
cionarios por largo tempo no exercicio dos seus cargos, evitando transfe-
rencias para pontos muito afastados ou colonias diversas, em que a diffe-
rença radical do meio sociologico vá inutilisar grande parte do saber
accumulado pela experiencia. De resto, ninguem hoje contesta a necessidade
da existencia d'uma corporação de carreira para a administraçiio indigena.
As funcçóes d'essa administravão são, como diz o Sr. Leão Pimentel, (I) a
pedra angular da organisaçao administrativa ultramarina, e 6 da maior
importancia que o pessoal que as deve exercer seja intelligentemente es-
colhido e convenieritemcnte preparado.
Instituiçòes rnunicipaes
X queatáo municipal nas colonias p6de ser estudada sob dois aspe-
ctos tiistinctos: creaçáo de inàtituiçóes municipaes nos centros urbanos
fundados pela colonisaçáo; e conservação e aperfeiçoamento das organisa-
çóes collectivas mais ou meiios municipalistas já existentes na sociedade