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Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

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TRABALHO INDIGENA 221<br />

o preto livre nunca trabalha, senão impellido pela mais imperiosa necessi-<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong>, e como as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos africanos são em todo o sentido rudimen-<br />

tares, a somma do trabalho produzido para as satisfazer é, na maioria dos<br />

casos, irrisoria.<br />

Alem d'isso, a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mão d'ol~ra, que é condição imprescin-<br />

divel <strong>da</strong>s exploraç8es coloniaes, torna-se qiiasi impossivel <strong>de</strong> obter com o<br />

regimen do contracto livre que o preto táo facilmente acceita como trans-<br />

gri<strong>de</strong>.<br />

Por outro lado, a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> exuberante <strong>da</strong>s zonas tropicaes, com um<br />

esforço manual qiiasi insignificante, permitte-lhes alcançar com a maior fn-<br />

cili<strong>da</strong><strong>de</strong> o cacho <strong>de</strong> bananas e as paftjna dc amendoim, mapira e mandioca,<br />

necessarias ao sustento, e a d6ae <strong>de</strong> szcrn indispensavel aos batiiques e á<br />

embriagiicz.<br />

Realisado assim o sei1 i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> conforto, para que iria o preto tra-<br />

balhar sem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, no3 campos, nas minas, nas fabricas e nos trans-<br />

portes que os brancos exploram 3<br />

1 Negar em absoluto que os pretos trabalham livremente 6 tiio falso,<br />

que os mais acintosos <strong>de</strong>tractores <strong>da</strong>s quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> raça negra são força-<br />

dos a reconhecer o contrario, allegando entretanto a nenhuma confiança<br />

que esse trabalho merece, pela sua instabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, intermittencias e fraqueza<br />

<strong>de</strong> rendimento.<br />

Oliveira Martins, parti<strong>da</strong>rio <strong>de</strong>clarado do regimen do trabalho indi-<br />

gena obrigatorio nas colonias-fazen<strong>da</strong>s, escreveu o seguinte : a Evi<strong>de</strong>nte-<br />

mente o negro trabalha sem ser necessario cscravisá-10. São marinheiros<br />

o cabin<strong>da</strong> e o kriimano a bordo dos navios <strong>da</strong> carreira <strong>de</strong> Africa; são tra-<br />

balhadores ruraes os milhares <strong>de</strong> cafres que os colonos do Natal empre-<br />

gam nas suas lavouras. Não basta porém affirmar isto C necessario estu-<br />

<strong>da</strong>r as condições em que o negro trabalha. Oa kramanos e os cabin<strong>da</strong>s<br />

servem <strong>de</strong> grumetes, <strong>de</strong> cosinheiros e marinlieiros, o tempo que hasta para<br />

comprarem o numcro <strong>de</strong> peças a que, na irzucan<strong>da</strong> <strong>da</strong>s suas terras, corres-<br />

pon<strong>de</strong>m tres ou quatro mulheres. Regalado ao sol, inaccessivel á febre,<br />

chupando o scii cacliimI,o, o negco consolidoii o seu trabalho. Tem um ca-

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