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Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

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TRABALHO INDIGENA<br />

pela condição civilisa<strong>da</strong>; se o trabalho E um habito que a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> gera<br />

e a civilisação confirma; se finalmente como caiisa oii como effeito está in-<br />

dissoluvelmente ligado & perfeiqáo do estado social, como se po<strong>de</strong>r& razoa-<br />

velmente exigir que o negro selvagem trabalhe á semelhança do branco<br />

civilisado ?<br />

Não queiramos impôr abruptamente habitos que elles <strong>de</strong>sconhecem,<br />

e procuremos <strong>de</strong>senvolver com vagar e firmeza as facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho<br />

que Ihcs são proprias, sem fazer iiso <strong>de</strong> violencias contraproducente^, e sem<br />

resvalar em fraquezas ou em hesitaçóes imperdoaveis.<br />

A <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> incurnt~~l<br />

pr~guiçn do negro, não .passa d'umrl genera-<br />

lisaçáo falsa e sem fun<strong>da</strong>mento. Os factos todos os dias <strong>de</strong>monstram a labo-<br />

riosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nomerosas popiil~çúes africanas.<br />

O explorador francez Emile Gentil compraz-se em elogiar as aptidões<br />

bellicas e trabalhadoras <strong>da</strong>s popiilaç6es do Soldko e do Tchad, citando<br />

especialmente os Ban<strong>da</strong>s e os Man4jias que, <strong>de</strong>pois que a occupação eiiro-<br />

peia garantiu a segurança publica e individual, se teem fixado ao solo,<br />

constituindo optimos e laboriosos agriciiltores.<br />

Ninguem ptjrle alcunhar <strong>de</strong> preguiçosas ou indolentes as tribus que<br />

voluntariamente se <strong>de</strong>dicam ao transporte <strong>de</strong> cargas. Indolentes não são<br />

por certo os lrrumanos, cabin<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>homés, etc., que em gran<strong>de</strong> numero<br />

concorrem para o fornecimento <strong>da</strong> mão d'obra necessarirt á colonisciçáo eu-<br />

ropeia. E geralmente conheci<strong>da</strong> a relativa perfeição agricola dos mandin-<br />

gos <strong>da</strong> Senegambia, e dos tuculores do Alto Niger. Os indigenas <strong>da</strong> Costa<br />

do Ouro affluem niimerosamente a to<strong>da</strong>s AS exploraçúes, on<strong>de</strong> seja preciso<br />

o trabalho indigena, e os achantis teem provado excellentemente como<br />

operarios, c como machinistas e empregados do caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong><br />

Lagos.<br />

N'uma gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> Africa, mormente na vastissima bacia hydro-<br />

graphica do Zaire, os negros manifestam pelo trabalho uma reluctancia<br />

accentua<strong>da</strong> quel em gran<strong>de</strong> parte, <strong>de</strong>ve ser consequencia d'aquella regiáo<br />

ter sido o theatro secular <strong>da</strong>s incursóes dos rtrabes e europeus, caçando<br />

escravos e <strong>de</strong>vastando as populaçóes, c resiiltado tambem <strong>da</strong>s mo<strong>de</strong>rnas<br />

praticas <strong>de</strong>shomanas <strong>da</strong>s requisigóes <strong>de</strong> çsrregadores, parca ou nullamente<br />

-.<br />

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