07.06.2013 Views

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

544 POLITICA INDIGENA<br />

que <strong>de</strong>sejamos, <strong>de</strong> modo que, apezar <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a nossa boa vonta<strong>de</strong>, <strong>da</strong>mos<br />

lima sentença injusta. Na apreciagáo dos factos, interpr~t~ação do procedimento<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s partes, na <strong>de</strong>cisno, emfim, atten<strong>de</strong>r-se-lia semprc<br />

aos usos, costiimes, leis e indole dos h:tbitantes. Quando se resi<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> ha<br />

pouco tempo na regizo, e não se conliecem bem estes elementos, convem<br />

chamar duas ou tres anctori<strong>da</strong><strong>de</strong>s indigenas qiie <strong>de</strong>wonheçam os litigantes,<br />

ou alguns velhos <strong>de</strong> povoaçúes diflerentes, escolhidos ao acaso, e fazê-los<br />

assistir ao julgamento, em lugares separados, <strong>de</strong>ixando-os usar <strong>da</strong> palavra,<br />

e interroga-los bem um a iim isola<strong>da</strong>mente no fim, antes <strong>da</strong> <strong>de</strong>cisáo, confrontando<br />

as suas respostas e opiniões que nos eluci<strong>da</strong>ráo sobre a gravi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e circumstancias que o pleito apresenta aos olhos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> indigena,<br />

e, por consequencia, nos aiixiliará no pronunciamento <strong>da</strong> sentença;<br />

tal proccsso tcm tambcm a vantagem <strong>de</strong> nos esclarecer sobre os costumes,<br />

leis, etc., do povo com que se está em contacto. Quando se tratar <strong>de</strong> castigar,<br />

<strong>de</strong> premiar, <strong>de</strong> c'iecidir, emfim, não esquecer nunca que os processos<br />

<strong>de</strong>vem ser apropriados aos homens e no meio, sem que lhes repugnem,<br />

alias a intervenção do branco per<strong>de</strong>rá to<strong>da</strong> a efficncia, e este arriscar-se-ha<br />

n que o natural o classifique <strong>de</strong> injusto e insensato, envolvendo os outros<br />

brancos na mcsma apreciaçilo. Náo esquecer que o negro na sua intelligencia<br />

e ediicagilo rudimentares, é muitas vezes mais leviano que crimiiioso<br />

nu pratica dos <strong>de</strong>lietos. Muito convem obter a corifiasáo do accusado,<br />

ou, pelo menos, o appoio moral, a approvaçgo espontanea dos indigenas<br />

chamados a conscllio. O negro nega e mentc sempre systematicamente,<br />

sendo difficil muitas vezes fazer luz num pleito; enganar, mentir, negar,<br />

são faltas <strong>de</strong>sculpaveis na sua moral inferior, não <strong>de</strong>vendo portanto, influir<br />

na <strong>de</strong>cisão final, embora seja justo reprimi-las.<br />

Deve-se prestar to<strong>da</strong> a attencko ao jogo physionomico dos assisten-<br />

tes, <strong>da</strong> parte e do interprete. O branco usarit <strong>de</strong> todo o tacto, sereni<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

paciencia. A colera prejudica muito o ~restigio<br />

do branco, e leva-o a ser<br />

precipitado e a praticar injustiças. Antes <strong>de</strong> applicar o castigo, o branco<br />

esforçar-se-ha por mostrar em priblico ao <strong>de</strong>linquente (~iic<br />

proce<strong>de</strong>u mal. k<br />

necessario entgo distinguir bem 03 factos liraticadoq cbom intençáo crimi-<br />

posa dos <strong>de</strong>vidos ao uso do paiz ou & apouca<strong>da</strong> intelligencia e moral<br />

-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!