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Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

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3 74 POLITICA INDIGENA ---.-<br />

a natureza. Assim, era frequentissimo um proprietario possuir dois titulo~<br />

<strong>da</strong> siia proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, o regular e a utikn, e servir-se <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um d'elles para<br />

ven<strong>de</strong>r a mcsms proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> :I dois compratlorcs tliffcrentes. (:lar0 est li qiie<br />

o comprador qiie tivesse recebiilo o titiilo rcgulnr tiiilia prefercncia sobre o<br />

portador <strong>da</strong> ictilin, que ficava completnn~entc<br />

logrado.<br />

Se a origem e a propria existencin do direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> eram<br />

muitas vezes duvidosas, a extensão d'c.;se direito ain<strong>da</strong> era mais difficil dc<br />

precizar, visto que a Icgislaçáo local admittia um gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> direi-<br />

tos reaes ou <strong>de</strong> encargos occultos que, oiier,~ndo a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ilie redu-<br />

ziam consi<strong>de</strong>ravelmente o rendimento. Para prover a estes inconvenientes,<br />

e assentar n'uma base soli<strong>da</strong> e pratica n orgxnisaç80 <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> immo-<br />

biliaria, tanto indigena como europcia, <strong>de</strong>cretou-se a lei immobiliaria <strong>de</strong> 1<br />

<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1885, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> á intelligente iniciativa <strong>de</strong> I'aul Cambon, resi-<br />

<strong>de</strong>nte geral na Tunisia. Este diploma, que tem sido modificado pelas leis<br />

<strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1886, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1888 e <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> marrjo <strong>de</strong><br />

1902 é <strong>de</strong>calca<strong>da</strong> sobre o Acto <strong>de</strong> Torrens, salvo as modificaçóes impostas<br />

pelos costiimes e condiçóes locaes. Esta lei tem <strong>da</strong>do na pratica os melho-<br />

res resiiltiidos, porquc, conserviindo aos indigeiias os seus typos ou regi-<br />

mens <strong>de</strong> propriedi~<strong>de</strong>, facilita n coiisoli<strong>da</strong>çilo gradual do direito <strong>de</strong> proprie-<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo processo simples <strong>de</strong> titulaçito e registo que arrasta logicamente<br />

a sujeiçzo dos immoveis indigenas assim garantidos, á lei c jurisdicção eu-<br />

ropeias. Como no Acto <strong>de</strong> Torrens o registo 6 voluntario, a lei náo melin-<br />

dra nem colli<strong>de</strong> com os costumes dos indigenas que, quando querem garantir<br />

melhor os seus direitos, recorrem á matricula dos immoveis que possuem,<br />

sem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> coacçi%o. Os benkficios d'esta lei foram augmentados<br />

com a gran<strong>de</strong> diminuiçh <strong>da</strong>s <strong>de</strong>spezas a cargo do requerente, e hoje a ma-<br />

tricula Q regra geral para a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> frdnceza e comesa a ser frequen-<br />

temente requeri<strong>da</strong> pelos proprietarios indigenas. E' <strong>de</strong> prever que a nova<br />

titulaçgo dos pretlios indigenas se generalise com rapi<strong>de</strong>z, em vista <strong>da</strong><br />

institnição recente do Credito Predial <strong>da</strong> Tnnisia que só po<strong>de</strong> realisar<br />

empreutimos sobre os immoveis matriculados.

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