Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

538 POLITICA JNDIGENA
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o que se dá com gente culta e cirilisada, susceptivel de comprehender á
priori os benefioios de novas orgaiiisaçóes mais liberaes, mas que se agarra
receosa ao existente em respeito pelo passado, dá-se com mais forte razão
com popiilaçócs primitivas e incultas, incapazes de comprehender a vanta-
gem de qualqiicr modificação repentina nas suas instituiçóes, e para quem
os novos systcmas administrativos trazem, aldm de tudo, o caracter odioso
de uma imposição forçada.
Pode acontecer que os colonisadores deparem com instituições indi-
genas mais ou menos artificialmente introduzidas por um dcspota ou por
iima casta, instit~iiçóes que convenha fazer desapparecer. N'este caso é facil
elimina-las sem pertiirbac,;&o sensivel, mas todos os organismos administra-
tivos, fundamcntc radicados: que sejam producto natural d'uma longa
evolução, e6 podcráo vir a dcsapparcccr quando desapparecerem as causas
que lhes deram origem, e se transformar o meio social a que se adaptavam.
Circumscripçóes indigenas
Quando o plienomeno da emigràçao indigena rustico-urbana se coineça
a verificar espontaneamente nas colonias, orientando-se para os centros
habitados por ciiropeiis, B porque o nivel social do elerncnto nativo, sc ele-
vou sensivelmente pelas lentas infiltraçócs ciiilisadoras que podem conclu-
zir á nacionalisaçtto perfeita e até preparar para a cgualdade politica.
N'essas circumstancias, é evidentc que, aos indigcnas progressivos que
buscam voluntariamente o convivi0 da sociedade civilisada, não lia incon-
veniente em applicar as formulas administrativas em vigor n'essas locali-
dades. Antes mesmo da presença dos indigenas nos centros civilisados sêr
fructo d'um movimento demographico espontaneo, ainda quando a civilisa-
çáo nativa deixe muito a desejar, é natnral que, nos centros urbanos, a
unica auctoridridc reconliccidri, seja :i eiiropcia. Não pode deixar de ser
assim. O contrario acarretaria grandes comp~icaçócs c constante encont,ro