Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

ou menos longo, nas enfermarias dos lio+~~it;ie*. ou f(;rct ti'tt,;ds illas bob a
direcçáo dos rnedicos europeus, obter-se-liiam escellentes auxiliares para
organisar proficuamerite a assistencia medica aos indigenas em toda a colonia.
Entre as inriumeras vantagens que adviriam da formaq80 dleste
pessoal, resaltam duas mais importantes. Em primeiro logar, a remunera-
çáo d'estes modestos funccionarios podia ser bastante limitada, e com
poiico dinheiro - o que para nús 6 essencial -- ter se-liia conseguido orga-
sar praticamentc iini serviço primitivo mas eficlax de assistencia medica
incligena.
Em wgiindo logar, a circunistancia do? enfermeiros serem indigenas,
torna-los liia !,em acceites pelas poprr1açóes 'mais atrazadss do interior e
os heiis remedios c consrllhos seriam recebidos sem desconfianc;a. Em vez
clo curandeiro primitivo, que 1lie.- fazia ingerir drogas atrozes, que os ex-
plorava, e que afinal lhes nHo curava o mal, teriam outro curandeiro que
os não roubava, e cujas rnezi~~l~~zs
bemfazqjas lhes alliviariam os soifrimentos.
E evidente que esta mudança para melhor firmaria solidamente a
reputação d'aquelles fiinccionarios, e representaria um grande passo dado,
no caminho do melhoramento da condi~%o
material dos indigenas.
l? inutil encarecer OS servi9os qile estes enfermeiros potliarn desde
jA prestar na lucta contra a variola, o impaludismo, a dysenteiia, as pneu-
~nonias, a syphilis, etc. E se amanli8 algum bactereologista descobrisse o
soro lnngamente immunisador da terrivel cephalalgia trypanosomica, que
t&o consideraveis estragos está caiisantlo nas populações africanas, esse
mesmo pessoal medico-auxiliar se encarregaria de generalisar rapidamente
o tratamento preventivo á grande massa da populaçáo.
Na organisaçáo do3 ciii-sos dever-se-ha fugir cuidadosamente a theo-
rias iniiteis e a complicacóeu c~~cusadas.
Nada de psroltcs t)l~tlic.ns. Nada de
aulas. Prática, prBtica e niiiis prática. aoompanliada apenas das explicaçóes
e ensinamentos dados pelos medicos europeus, sob a ftirma mais comprehensi-
vel e apropriada ao intellecto da raça de que se tratar. Nas colonias portu-
guezas não faltam hospitaes onde esse ensino pode ser ministrado. E mesmo
costume nosso cuidar mais da hospitalisaqáo do que do saneamento. Em
Loanda temos ha annos um hospital colonial verdadeiramente modelar,