Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

io será o melhor e talvez, ao menos por emquanto, o unico professor que
possa instrnir os povos da nossa Africa; na pratica, pordm, tem descurado
muito este assiimpto, e qiilindo o nHo tem descurado, tem-lhe imprimido
uma direcçáo que, no meu entender, náo é a mais proficiia nem a que me-
lhores resultados possa dar.. ....................................
....................... l? muito fàcil affirmar (111~ o preto rebelde á
inr.triicçáo e rio trat~itlho; é iim c~tribilho banal qiic # força cle repetido
parc3csr: iirn axioma c tl: uma falsidntlc., rrias é iirn pouco mais dificil crear-
lhe c~scolns que justifiquem rncrccer tal nome, e inutit~iiç6es de ensino
adeclua(l;is ao sei1 (leserivolvirnento e iiiodo de ser actual. Emqiianto a experic~iiciii
se náo fizer, eu, pela minha parte, continuarei a acreditar que o
preto é iriiiito siisceptivel de aprender e trabalhar! comtaiito qiic lhe fàcilltem
meios efficazes e que se nHo queira exigir d'elle o que se exige d'uma
raça adiantada e culta. ... .» O distincto colonial, conselheiro Jaynie Porjaz
de Serpa Pimentel, no seu livro (( Um Snno no Congo . , dcfendendo a
necessidade de ampliar e tornar mais malleavel o r~gimen educativo das
missóe.~, escreve o seguinte : a. .. D'esta fiirmii, as iiuss;is missiies teriam
itm caracter nienos excliisiva (: inflrxirclmentc religioso, c niai~ praticamente
civilisador; em vez rlch ~c exercer rima acçRo poiioo intensa sobre
meia d~izi:~ de indivitliiod, c.xt.rccr-$o-liia, o qric B preferi\.c.l, lima ac~ão
extensa sobre as multidóes, scmc?iando asuim campos de maior prodriccáo,
comquanto de inferior qualidade, crn vez dc apenas grzos tlc 1)oiii trigo,
adelgaçando as ignorancias tla selvageria, abrandando as ferocidades e
attenuando as depravaqúes, em vez cle se querer desde logo, o que é impossivel,
obter christítos convictos, almas convertidas.. Finalmentc, para
encerrar com chave de ouro estas cit,:ivóes, táo utcis # c1emonstrac;áo da
neccssitlade das missóes religiosas nas colonias de popiilaç6es fetichistas,
vamos transcrever alguns primorosos ~eriodo* devidos ti penna inconfundivel
de Antonio Ennes.
«Mas porqiie se cliffunde assim o mahometanismo, emquanto a propaganda
christã só avança a passos tardos e incertos? Sem dovida porque
é mais adaptado á organisaqiio psychica e yhysiologica das raças negras,
mas tambem porque os meios d'acçáo e os processos educativos empregados