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Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

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234 POLITICA INDIGENA<br />

por muito dura que seja a condição dos trabalhadores chinezes do Rand, B<br />

impossivel a um patrão dizer <strong>de</strong> um ciili qualquer - « Este homem é proprie<strong>da</strong>dc<br />

minha » -Na Africa Oriental Ingleza é isso uma coisa corrente. Níio<br />

sómente milhares <strong>de</strong> indigenas cle ambos os sexos são proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> exclusiva<br />

dos seus donos, arabes ou suayles, nas esta proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> é reconheci<strong>da</strong><br />

e stclvaguartladn pelo gooerno l~ritnn,nico. n Perante um testemunlio tão sin-<br />

cero e auctorisado, seria interessante investigar se as Ahorigenes Pro-<br />

tection Societies e os seus apanignados Nevinson e Companhia, terão <strong>de</strong>cre-<br />

tado alguma intempes tiva boycottagc dos productos coloniaes <strong>da</strong> Ugan<strong>da</strong> . . . . . .<br />

Duvi<strong>da</strong>mos sinceramente, o humanitarismo d'esses pseiido-philantropos B<br />

geralmente aconsclhado para zcso externo e só se move por interesse proprio.<br />

De resto, o procedimento citado em na<strong>da</strong> <strong>de</strong>slustra os sentimentos<br />

nobres <strong>da</strong> nação ingleza, e apenas symptomatisa um fito intelligente <strong>de</strong> po-<br />

litica e administragáo indigena. Comtudo, nunca é bom esquecer que essa<br />

instituição, por muito suavisa<strong>da</strong> que seja, <strong>de</strong>ixa sempre ao dono o direito<br />

<strong>de</strong> dispor a seu bel-prazer dos escravos, fornecendo aos colonos a maravi-<br />

lhosa tentação <strong>de</strong> contractar a máo d'obra <strong>de</strong> que carecem, não directa-<br />

mente com os trabalhadores, mas com os seus proprietarios, que n'elles<br />

man<strong>da</strong>m e por elles respon<strong>de</strong>m.<br />

E' por isso que ha sempre conveniencia etn provocar, mesmo artifi-<br />

cialmente, o <strong>de</strong>sapparecimento d'essa instituiçáo que repugna á conscieiicia<br />

geral. Uma coisa, pordm, E tolerar a limita<strong>da</strong> servidão domestica na socie-<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong> indigena, e outra seria restabclccer a escravatura.<br />

Se moralmente a escravatura é uma monstruosi<strong>da</strong><strong>de</strong> que <strong>de</strong>shonra-<br />

ria a nação mo<strong>de</strong>rna que a adoptasse nas suas colonias, economicamente Q<br />

sempre um erro, ain<strong>da</strong> quando acarrete um bem momentaneo e um pro-<br />

gresso rapido.<br />

Examinemos qnaes foram, em todos os tempos, os inconvenientes <strong>da</strong><br />

escravisaçáo do trabalho. Em primeiro logar o rendimento do trabalho livre<br />

é sempre superior ao trabalho forçado, mesmo quando este importa remu-<br />

neraçáo. Evi<strong>de</strong>iitemente a esperança do lucro siiccessivamente superior d um<br />

iiicentivo muito iiinis podcroso <strong>de</strong> que o medo ao c;istigo, ou O oclio H hiimi-<br />

lhaqão. A escraviiliio, sob o ponto <strong>de</strong> vista cconomico, trouxe as mais <strong>de</strong>le-

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