Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

TXABALHO INDIGENA 225
apenas as suas populacóes mais laboriosas, são demasiatlo promptos em
reclamar parit os pretos um regimen de trabalho absolutamente identico
ao quc vigora na Europa, náo avaliando sequer o descalabro economico e
o atrazo de civilisaçáo que essa medida representaria em muitas colonias.
Certamente a escravidíto, mesmo na reforma attenuada da servidiio
africana, náo pode ser, por forma algiima, restabelecida pelas nações coloniaes,
ciijo primordial titulo de gloria é precisamente a libertaçúo dos escravos
e a prohibição do trafico infame da escravatura.
O trabalho obrigatorio cujos inconvenientcs estudaremos, é tambem
uma violencia escusada que, podendo offerecer vantagem momentanea para
o progresso rapido da expans80 colonial, se reflecte quasi sempre perniciosamente
no futuro das colonias e no adiantamento social das suas populaç6es.
Sendo, porbm, os negros geralmente indolentes, e apenas propensos ao
trabalho indispensnvel á satisfação das suas limitadas necessidades, 6 necessario
que os colonisadores tenham meios de os incitar a trabalhar mais
regular e intensivamente. Es~es processos de desenvolver a m8o d'obra indigena
podem condensar-se em dois methodos principaes: directo e indirecto.
No methodo directo estão comprehendidos : o restnbelecime~tto da escravi-
&O e o trabnlho obrigatorio; no ~nethodo indirecto : a educaçdo projssional,
o desenvolvir~ieizto das necessidades, a elevnçflo da taxa dos impostos, a exproyriaçdo
das terras, a proRibiç80 da vadiagejn e o contracto de trabalho livre-
,,lente consentido. Finalmente, quando por quaesquer motivos escasseie
ainda a mão d'obra local, torna-se preciso recorrer it importação de traba-
lhadores estrangeiros. Estiidnremos siiccessivamente cada um d'estes pro-
cessos, salientando as suas qualidades c defeitos, e investigando os resul-
tados e a forma da siia applicaçáo em differentes colonias.