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Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

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ZíIu<br />

--<br />

POLITICA INDIGENA<br />

capitão voltando a bordo, a limpar o porão achava os restos, a quebra, <strong>da</strong><br />

clarga que trouxera: havia por vezes cincoenta e mais ca<strong>da</strong>veres sobre<br />

escravos. * Se o estado <strong>de</strong> escravidão não repugnasse, por si<br />

sbl B mo<strong>de</strong>rna consciencia occi<strong>de</strong>ntal, bastaria a recor<strong>da</strong>ção dos barbaros<br />

Iiorrores <strong>da</strong> escravatura, para immediatamente con<strong>de</strong>mnar to<strong>da</strong> e qualqiier<br />

tentativa, inais ou menos disfarça<strong>da</strong>, para o seu restabelecimento.<br />

Alguns colonos, por meio <strong>de</strong> circumloquios habcis, chegam ao extre-<br />

mo <strong>de</strong> qurtsi <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> escravisar o trabalho indigena<br />

para salvar algumas industrias coloniaes.<br />

Aspe-Fleurimont, citado por T,eroy Beaulieu e por Paul Reinsch, na<br />

sua apologia do trabalho indigcna obrigatorio, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ia d'um estado<br />

social intermediario para os indigenas, que <strong>de</strong>ve prece<strong>de</strong>r a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalho, e que correspon<strong>de</strong> afinal a tima escravidão mascara<strong>da</strong>.<br />

De resto, a escravidão domestica, tal como ella é pratica<strong>da</strong> em Africa<br />

nas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s indigenas on<strong>de</strong> perdura, B singularmente mais suave do que<br />

a que outr'dfa impunham os plantadores brancos, e a sua conserraç50 tem-<br />

poraria 6 mesmo <strong>de</strong>fensavel <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certos limites.<br />

A eschvidáo domest.ica em que o escravo faz parte, por assim dizer,<br />

<strong>da</strong> familia, collabora nos trabalhos domesticos, e apenas está separado dos<br />

homens livres por certas differenças <strong>de</strong> casta ou <strong>de</strong> hierarchia social, tem<br />

encontrado muitos <strong>de</strong>fensores em diversos meios coloniaes. Na Africa Oc-<br />

ci<strong>de</strong>ntal a escravidão domestica differe essencialmente <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ia que em ge-<br />

ral na Europa se forma d'essa instituição.<br />

O escravo, longe <strong>de</strong> ser um <strong>de</strong>~classificado, não passa d'um membro<br />

<strong>da</strong> communi<strong>da</strong><strong>de</strong> indigena, a que alguns direitos foram cerceados. Po<strong>de</strong><br />

at8 enriquecer, ser proprietario <strong>de</strong> outros escravos, e chegar a ser regulo,<br />

a cuja auctori<strong>da</strong><strong>de</strong> se submettcm todos os homens livres, incluindo porven-<br />

tura o seu proprio dono. As vezes a servidlio africana limita-se ao paga-<br />

mento d'uma certa quantia, ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro foro humano. Outras vezes, como<br />

acontece em Zanzibar, os escravos negros qiiasi se não aproveitam <strong>da</strong> li-<br />

ber<strong>da</strong><strong>de</strong> que lhes 6 faculta<strong>da</strong>, preferindo continuar na servidão mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

a que se habituaram. Por <strong>de</strong>creto do sultanato <strong>de</strong> Zanzibar, todo o escra-

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