07.06.2013 Views

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1: náo se diga que estas distinccões brigam com a egrial<strong>da</strong><strong>de</strong> humana<br />

perantcl a applicaçáo <strong>da</strong> justiça. Entre portugiiezes e inglezes não existe,<br />

por certo, a differenca mcntal e moral que em qualqiier colonia separa os<br />

colonos dos indigenas. E, entretanto, ao passo que pelo nosso codigo o marido<br />

que mata a mullier surprehendi<strong>da</strong> em flagrante <strong>de</strong>licto <strong>de</strong> adulterio<br />

não 6 reii <strong>de</strong> crime algum, pela legislação ingleza 6 eqiiiI)arado a iim assassino<br />

vulgar e como tal punido.<br />

A conveniencia politica tanibem po<strong>de</strong> levar, ria rl;~l~oraçáo do codigo<br />

penal, indigena ao estabelecimento <strong>de</strong> circumstancias :igymvantes, quando<br />

os crimes commettidos sqjam em <strong>de</strong>trimento do elemento eiiropeu.<br />

*4s mais essenciaes quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s d'este codigo <strong>de</strong>vem ser clareza e<br />

simplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> que os indigenas saibam sempre se a acção commetti<strong>da</strong><br />

é <strong>de</strong>lictiiosa e qual a penali<strong>da</strong><strong>de</strong> em que incorrem.<br />

Organisado~ em harmonia com as religiões, os costumes e o espirito<br />

nacional, repellindo <strong>da</strong> materia penal primitivamente exi.stente apenas as<br />

praticas barbaras ou impoliticas, po<strong>de</strong>m rste:: codigos prestar optimos serviços<br />

á obra <strong>da</strong> colonisac;áo, quando interpretados por eiiropeiis convenientemente<br />

preparados e conscienciosamente justos.<br />

A applicaçáo <strong>da</strong>s leis penaes <strong>da</strong> metropole, aos indigenas <strong>da</strong>s colonias,<br />

tem <strong>da</strong>do sempre resiiltados disparatados e por vezes prejudicialissimos.<br />

Basta dizer que com a introducção do codigo penal francez na Argelia,<br />

chegaram a ser con<strong>de</strong>mnados alguns indigenas importantes pelo crime<br />

<strong>de</strong> estupro na pessoa <strong>de</strong> suas proprias mulheres !. . . Tratava-se <strong>de</strong> applicar<br />

a lei franceza <strong>de</strong> protecção ás menores. e como o casamelito mi~sultnano,<br />

não legalisado na rnairie > , só se podia ter na conta <strong>de</strong> conciil~inato, iam-se<br />

pren<strong>de</strong>ndo os maridos que tinham a <strong>de</strong>sventura <strong>de</strong> casar com raparigas<br />

menores. e que nunca chegaram a perceber niuito bem as razões que moti-<br />

vavam O SPII encarceramento. Como e.jte, centenares <strong>de</strong> exemplos se po<strong>de</strong>m<br />

citar, qiie provam a impossitili<strong>da</strong><strong>de</strong> d'esta assimilação juridica.<br />

Principalmente com os indigenas musulmanos a variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ma-<br />

teria penal impe<strong>de</strong> totalmente a applicapio dos nossos codigos.<br />

A influencia secular <strong>da</strong> religião mahometana, formou-lhes um espirito

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!