07.06.2013 Views

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

90 POLITICA INDIGENA<br />

pelos agentes do christianismo nunca foram, nem agora são, os rnais pra-<br />

ticos e efficazes. Parece-me que esses agentes teem incorrido sempre, na<br />

sancçáo penal com que um a<strong>da</strong>gio <strong>da</strong> sabedoria popular ameaça os que<br />

tudo querem.<br />

Querem quasi abruptamente converter um selvagem n'urn santo,<br />

uma féra n'iim martyr. Imaginam qiie basta a educaçao para obliterar<br />

caracteres <strong>de</strong> rava e neutralisar influxos climatericos e <strong>de</strong> meio social;<br />

que um preto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> *que o s~ijeitam a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s laboraçóes, fica sendo<br />

egual a iim branco, com a mesmn capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do que elle para comprehen-<br />

<strong>de</strong>r metaphysicas religiusas, e domar-se a clisciplinas virtuosas. Ntio dispen-<br />

sam nenhuma perfeiváo ao bronco neophyto. Ha-<strong>de</strong> saber to<strong>da</strong> a doutrina<br />

que os padres e os concilios <strong>de</strong>finiram, para satisfazer o espirito <strong>de</strong> exame<br />

dos povos philosophantes, e praticar to<strong>da</strong> a moral que a Egreja oppóe ás<br />

corriipçfies do rriiindo civilisado. Para lhe fazerem acceitar aquella dou-<br />

trina, atacam pr-rconceitos entranhados como se fossem i<strong>de</strong>ias innatas ; para<br />

prevenirem revoltas contra os preceitos d'esta moral, negam satisfaçóes legitimas<br />

a instinctos naturaes.. .....................................<br />

.......................... A empreza misericordiosa <strong>de</strong> salvar almas<br />

para Deus tem <strong>de</strong> se conciliar com a <strong>de</strong> educar corpos para o trabalho;<br />

o ensino religioso precisa <strong>de</strong> abster-se <strong>de</strong> semeiar doutrinas, embora ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras,<br />

que eni espiritos ru<strong>de</strong>s e maus possam produzir revoltas contra<br />

as leis sociaes : :i propagan<strong>da</strong> christg, em summa, (leve restringir se aopossitvl<br />

em relaçã:, '~s ciipaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e hcnl<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos catrrhisandos, e não per<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> vista o 11i!. cwmo o enten<strong>de</strong>m os legitimos interesses humanos.<br />

Se alguem <strong>de</strong>h~zir d'estas doutrinas que as missóes religiosas em<br />

Africa são inuteis e atd ~nrigosas,<br />

serei eu o primeiro a repellir a <strong>de</strong>du-<br />

cçáo. Q~iero-as,<br />

julgo-as indispwaveis. Ae soberanias eiiropeias teem <strong>de</strong>ve-<br />

res tutelares para com os povos selvagens que lhes obe<strong>de</strong>cem, o primeiro<br />

d'esses <strong>de</strong>veres Q educa-los, e as religiõrs possuem uma acção educativa e<br />

disciplinar que nenhuma sciencia e nenhuns p~ocessos<br />

pe<strong>da</strong>gogicos po<strong>de</strong>m<br />

egualar. Não- se melhoram e nem sequer se governam massas humanas<br />

sem i<strong>de</strong>ias moraes, e o Estado, que na propria metro~ole<br />

incumbiu á Egreja<br />

a representação activa d'essas i<strong>de</strong>ias, náo lh'a po<strong>de</strong> tirar nas colonias para

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!