07.06.2013 Views

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

Politica Indigena - Faculdade de Direito da UNL

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

182 POLITICA IXDIGENA<br />

- -- .- -<br />

incapaz <strong>de</strong> conceber a i<strong>de</strong>ia do <strong>de</strong>ver social ; os interesses e responsabili-<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong>s publicas e to<strong>da</strong>s as concepçóes collectivas <strong>da</strong> mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> europeia,<br />

constituem i<strong>de</strong>alisaçóes incomportaveis com a estreiteza do seu fanatismo.<br />

Para os musulmanos, os crimes entre particulares não envolvem a<br />

minima responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> social, mas unicamente responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s indivi-<br />

duaes.<br />

O principio geral em materia <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong> miisulmana é que o crime<br />

contra um individuo apenas importa compensaçóes, a que a victima tem di-<br />

reito e que po<strong>de</strong>m tambem, em cbaso <strong>de</strong> morte, ser reclama<strong>da</strong>s pelos seus<br />

her<strong>de</strong>iros.<br />

Estes po<strong>de</strong>m reclamar vingança, exigir a pena <strong>de</strong> taligo, que po<strong>de</strong><br />

ser suhstitui<strong>da</strong> pelo preço do sangue, in<strong>de</strong>mnisaçiio pecuniaria que as par-<br />

tes disciitem e negoceiam, como se se tratasse d'urna questão commercial. (')<br />

O papel <strong>da</strong> justiça limita-se a executar a vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong> victima ou dos<br />

seus her<strong>de</strong>iros. Um assassinato nAo interessa a or<strong>de</strong>m <strong>da</strong> soc~ie<strong>da</strong><strong>de</strong> musulmana,<br />

mesmo porque or<strong>de</strong>m social é um conceito que nao faz parte <strong>da</strong> sua<br />

i<strong>de</strong>ologia.<br />

Os crimes religiosos sco os unicos susceptiveis <strong>de</strong> sacudir a consciencia<br />

collectiva e <strong>de</strong> impor ;i auctori<strong>da</strong><strong>de</strong> procedimentos fun<strong>da</strong>dos no interesse<br />

geral.<br />

Ora se este conceito do int~rrsse social, que é a i<strong>de</strong>ia abstracta mas<br />

fun<strong>da</strong>mental em que se baseia o nosso direito penal, nem por sombras B<br />

concebivel pela mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> musulmana, é facil avaliar como os negros<br />

fetichistas <strong>da</strong> Africa estarão com mais forte razáo, bem longe <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem<br />

attingir a comprehensáo <strong>da</strong> base essencial dou nossos codigos.<br />

T)e resto, ha naçóes civilisadissimas, como a Inglaterra e os Estados<br />

Unidos, on<strong>de</strong> o ministerio publico tem uma importancia muito inferior á<br />

que entre nós gosa. havendo até casos em que a sua intervençáo sd se dá<br />

a requerimento <strong>da</strong>s partes interessa<strong>da</strong>s.<br />

Uma parte <strong>da</strong> legislaçáo penal que carece <strong>de</strong> se amol<strong>da</strong>r perfeita-<br />

() Congrkr <strong>de</strong> Sociologie Coloniale. I'ccvis, 1900 - Vol. I.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!