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Barão

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Ainda durante o século XVI, seria dado o primeiro impulso para a conquista da área na zona<br />

de serra acima. Colaboraram significativamente para esse processo os jesuítas que conseguiram<br />

estabelecer um contato mais íntimo com os nativos da terra.<br />

São Paulo de Piratininga, constituída a partir de 1554, em torno da casa de conversão de<br />

índios, estabelecida pelos jesuítas, foi o primeiro núcleo estável e duradouro do planalto.<br />

De acordo com as observações de Ernani Bruno,<br />

A posse plena dêsse campo de Piratininga permitiu em seguida o<br />

estabelecimento de alguns aldeamentos de indígenas administrados pelos Jesuítas<br />

(Pinheiros, Santo Amaro, São Miguel, Itaquaquecetuba) e a expansão de alguns<br />

povoadores brancos que penetrando pelo interior das terras, no sentido do curso do<br />

Rio Anhembi ou Tietê, edificaram as palhoças que – cêrca de 1580 – foram o núcleo<br />

do povoado de Santana do Parnaíba. É de supor que as áreas de serra acima – por<br />

suas condições geográficas e de clima – tenham representado atrativo maior, que as<br />

da baixada marinha, para os muitos povoadores portugueses ou de origem lusa [...]<br />

pois ofereciam melhores possibilidades para determinadas culturas (sobretudo do<br />

trigo e das frutas de clima temperado) e para a criação, pela fartura de pastos. 177<br />

São Paulo será um ponto de articulação de várias regiões. Segundo Caio Prado,<br />

[...] A colonização do território paulista se desenvolve por estrias que<br />

acompanham as vias de comunicação que levam do litoral para o interior do<br />

continente: para Minas Gerais, através das gargantas da Mantiqueira; para Goiás,<br />

pelas planuras que bordam a ocidente o maciço central brasileiro; para Mato<br />

Grosso, pelo vale do Tietê, aproveitando o curso dele; para o Sul, pelos campos que<br />

se alargam até o Prata. 178<br />

De 1580 a 1640, fase caracterizada pelo bandeirantismo de apresamento, foi um período que<br />

podemos denominá-lo de um período de dispersão, que se configurou na busca de bugres para o<br />

trabalho nas roças ou para serem vendidos para outras capitanias. A busca por territórios distantes,<br />

nesta época, fora facilitada pela subordinação da Coroa portuguesa à da Espanha (União Ibérica), e<br />

por consequência deste fato, num relativo afrouxamento da preocupação das fronteiras estabelecidas<br />

pelo Tratado de Tordesilhas entre as duas Coroas.<br />

Todavia, se o bandeirantismo não consistiu em um movimento povoador, no sentido da<br />

ocupação imediata de novos territórios, ele será responsável por traçar caminhos e de descobrir novas<br />

terras que mais tarde seriam ocupadas, ao mesmo tempo em que serão incorporados novos<br />

contingentes indígenas no processo de povoamento da capitania.<br />

177 BRUNO, Ernani Silva. Op. cit. p. 5.<br />

178 PRADO Júnior, Caio. Op. cit. p. 67.<br />

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