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Barão

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guerra fria de 1947-1989 EUA x URSS os estados nacionais vivenciam momentos tenebrosos, com<br />

sons alarmantes de possíveis confrontos nucleares. 9<br />

3.2 Mas afinal! O que é Modernidade?<br />

A modernidade 10 é como um relógio o qual é submetido ao girar cíclico de sessenta segundos.<br />

Em sua aparente dicotomia, lhe é permitida que manipule imaginários, sentidos, distâncias, criando e<br />

modificando os ambientes a sua volta. A humanidade engenheira desta realidade sedutora,<br />

apaixonante, irresistível, se entrega sem medo. Modernidade criatura do tempo, nas quais não<br />

conseguimos parar e/ou simplesmente manipular. Associada a um período histórico, como tal torna<br />

difícil de ser enxergada, pois ao mesmo instante em que é tratada como passado está pode ser vista<br />

no tempo presente. Esse movimento fragmentado de tempos é extremamente importante para que<br />

possamos compreender os fenômenos sociais e culturais das sociedades anteriores. O criador se torna<br />

submisso à sua criatura, homem moderno controlado pelo tempo. Nesta dicotomia temporal, o moderno<br />

se torna arcaico e o arcaico se torna moderno.<br />

Para desvelarmos este desiderato, o termo modernidade aqui empregado designa aquilo que<br />

pertence a uma época recente, representa o sentido atual e contemporâneo, por meio da modernidade<br />

houve um progresso da humanidade. Todavia, salientamos! Onde surgiu a modernidade? O que é<br />

modernidade? Marshall Berman enfatiza:<br />

Existe um tipo de experiência vital – experiência de tempo e espaço, de si<br />

mesmo e dos outros, das possibilidades e perigos da vida – que é compartilhada por<br />

homens e mulheres em todo o mundo, hoje. Designarei esse conjunto de<br />

experiências como ―modernidade‖. Ser moderno é encontrar-se em um ambiente<br />

que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e<br />

transformação das coisas ao redor – mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o<br />

que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos. A experiência ambiental da<br />

modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, de classe e<br />

nacionalidade, de religião e ideologia: nesse sentido, pode-se dizer que a<br />

modernidade une a espécie humana. Porém, é uma unidade paradoxal, uma<br />

unidade de desunidade: ela nos despeja a todos num turbilhão de permanente<br />

9 Cf. HOBSBAWN, E. J., 1995, loc. cit.<br />

10 [...] Evidentemente, o mundo da crítica determinou que algumas variantes ou usos do termo “moderno” viessem<br />

a identificar as artes de seu próprio tempo – se não todas, pelo menos parte delas. Tal é o caso do movimento<br />

Moderno, a Tradição Moderna, a Idade Moderna, o Século Moderno, o Temperamento Moderno, o Modernismo [...] o<br />

modernismo é a nossa arte: é a única arte que responde à trama do nosso caos. É a arte decorrente do “princípio<br />

de incerteza” de Heisenberg, da destruição da civilização e da razão na Primeira Guerra Mundial, do mundo<br />

transformado e reinterpretado por Marx, Freud e Darwin, do capitalismo e da contínua aceleração industrial, da<br />

vulnerabilidade existencial à falta de sentido ou ao absurdo. Ver em: BRADBURY, M; MACFARLANE, J (Orgs.).<br />

Modernismo – guia geral. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 15-19; Baudelaire: [...]<br />

busca esse algo, ao qual se permitirá chamar de Modernidade; pois não me ocorre melhor palavra para exprimir a<br />

idéia em questão. Trata-se, para ele, de tirar da moda o que esta pode conter de poético no histórico, de extrair o<br />

eterno do transitório. BAUDELAIRE, C. Sobre a modernidade. 5 ed. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2007, p.25.<br />

Jorge Luiz de França 123

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