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Barão

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trouxe benefícios indescritíveis. As ciências com suas descobertas, os remédios, as vacinas, alimentos,<br />

tecnologia, desenvolvimento, rapidez nos transportes, comunicação, eficiência e inovação. A<br />

abordagem de Zygmunt Bauman em: ―Modernidade e ambivalência‖, trás referencias da essência da<br />

ciência na vida humana:<br />

A ciência moderna nasceu da esmagadora ambição de conquistar a Natureza<br />

e subordiná-la às necessidades humanas. A louvada curiosidade científica que teria<br />

levado os cientistas ―aonde nenhum homem ousou ir ainda‖ nunca foi isenta da<br />

estimulante visão de controle e administração de fazer as coisas melhor do que são<br />

listo é, mais flexíveis, obedientes, desejosas de servir). Com efeito, Natureza acabou<br />

por significar algo que deve ser subordinado à vontade e razão humanas 8<br />

O autor aborda a ambivalência, essa irredutível área obscura indissoluvelmente ligada ao<br />

pensamento racional, como a chave que vincula e desenvolve a teoria da civilização moderna. Ele<br />

interpreta a idade da modernização, sua incessante tentativa de transformar o mundo natural em um<br />

mundo ordeiro, como uma idade na qual a sociedade ocidental foi escrava da inexaurível dialética. A<br />

consciência desse discurso e, de sua inevitabilidade é, ao contrário, para este a característica marcante<br />

da cultura social e científica. O homem tem um profundo interesse em manter a ordem no mundo, para<br />

tanto, utiliza-se da linguagem para sustentar a ordem e suprimir o acaso. Desta forma, tem como<br />

propósito, a prevenção da ambivalência. Todavia, este não consegue eliminar as ambivalências, assim,<br />

acaba normatizando e/ou reinterpretando as diferenças ocasionadas pela modernidade.<br />

Nesta ambivalência, a modernidade tem como objeto a clareza, que significa o final da história.<br />

Como a história não terá fim, a ambivalência perpetuará com ela. Modernidade fragmenta, e o mundo<br />

tentando a tão almejada governabilidade. Nesta luta, porém, o mundo teima em não se fragmentar,<br />

enquanto os poderes que o oprimem se fragmentam. Assim, nasce à confusão como fruto da luta pela<br />

clareza. A solução de um problema cria outro e reproduz a ambivalência, o caos é gerado na atividade<br />

ordenadora, a ambivalência é o outro da ordem. Enquanto a ordem tenta definir um mundo geométrico<br />

o ―outro‖ aponta um mundo deselegante, que foge dos padrões racionais, ou seja, ―disparidades‖ é a<br />

própria antítese, o refugo da modernidade, o caos desordeiro, o anverso do verso.<br />

Tudo que há de novo resultou dessa era das luzes, os quais aconteceram porque homens foram<br />

ousados e corajosos mesmo diante da possível morte e acusações de heresias. Eles lançaram-se ao<br />

trabalho, botaram a mão na massa e acreditaram no seu potencial criativo. Resultado: mudaram os<br />

rumos do mundo. Arrancaram o planeta Terra de sua fase linear e, ainda que se tenham mostrado<br />

prepotentes em seus projetos, acabaram por dignificar a espécie humana através de conquistas que<br />

produziram a liberdade de pensamento, pela qual somos beneficiados hoje.<br />

7 BRADBURY, M.; MCFARLANE, J. O Nome e a Natureza... Op. Cit., p.19.<br />

Jorge Luiz de França 121

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