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Barão

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Devido à amplitude do tema em questão, e a linha de abordagem teórico-metodológica utilizada para a<br />

elaboração deste trabalho, é certo que, antes de nos aprofundarmos nas questões que visam analisar<br />

a oligarquia regional e suas políticas de compromissos, e para compreendermos este fato localmente,<br />

no caso, o objeto territorialmente fragmentando no estudo do município de Ribeirão Preto, entre os<br />

anos de 1874 a 1891, devemos buscar as raízes dessa formação. Sendo assim, o início desta análise<br />

discutirá alguns aspectos desde o período colonial, passando pelo Império, mostrando os momentos de<br />

importância desde o primeiro intuito da formação de autonomia econômica e política regional.<br />

Seguindo por este caminho e iniciando nossa jornada pela bibliografia levantada sobre o<br />

assunto, é extremamente válido ressaltar que o Brasil construiu sua base Colonial fortificada sobre um<br />

alicerce agrícola, patriarcal e oligárquico 71 . Claro que sem ignorar o primeiro objetivo da metrópole: o<br />

de explorar 72 .<br />

Desde o primeiro momento em que a metrópole portuguesa se vê dona deste vasto território, e que<br />

este também se encontrava sendo cobiçado por outras potências da época, Portugal foi, de certa<br />

forma, forçado a ocupar esse território que lhe pertence, para que não o perdesse. Assim, entre os<br />

anos de 1534 e 1536, a Corte portuguesa distribui as conhecidas Capitanias Hereditárias, primeiro<br />

loteamento dividindo o litoral do nosso país, sendo estas doadas as pessoas ligadas à Corte:<br />

No início de 1530, todavia, as incursões dos franceses e espanhóis [...] a Coroa portuguesa [...] recorreu a um<br />

sistema semifeudal de doações de terras hereditárias, ou capitanias. Essas eram doadas a nobres ricos, na<br />

esperança de que eles explorassem o pau-brasil e outros recursos [...] 73 .<br />

Lembrando que nesses tempos remotos da colonização o povoamento limitou-se ao litoral,<br />

ficando o interior do território inteiramente inexplorado pelos europeus, sendo habitados por nativos.<br />

Desde logo, formou-se no Brasil colonial uma elite portuguesa, composta homens de confiança<br />

do rei, os quais passaram a exercer o poder de mando e desmando, algumas vezes sem permissões<br />

ou com autorizações da única autoridade que existia, a Corte. Assim sendo, com o desenvolvimento da<br />

economia agrária, com base nas propriedades latifundiárias, e a distância existente entre colônia e<br />

metrópole, começaram a despertar nessa elite um sentimento de autonomia e autogovernação, em<br />

alguns momentos autorizados e incentivados pela Corte para a obtenção de um maior controle, em<br />

outros momentos abominados por esta última. Mas, de uma forma ou de outra, o que passou a surgir<br />

após o crescimento e expansão da indústria açucareira foi uma elite administrativa que utilizava, ou<br />

modificava, o valor de tributos e o privilégio de suas posições aos seus interesses:<br />

71 FAORO, 1987. op. cit, p. 123.<br />

72 Idem, p, 109.<br />

73 SKIDMORE, Thomas. Uma história do Brasil. Rio de janeiro; Paz e Terra, 1998. p, 26 – 27.<br />

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