Barão

deparamos com a década de 1970 com o surgimento do termo gênero que vem alargar e aprofundar o
debate em torno das identidades em torno do universo humano.
A terceira parte buscou: ―No tempo racional: ambivalências dos tempos modernos‖ neste
pretendemos mostrar os apontamentos da modernidade. Fruto da razão e do cientificismo a
modernidade a qual tratamos aqui é filha do tempo e da ação dos protagonistas sócias no tempo e no
ritmo social, mental e cultual humano.
Na quarta parte da narrativa se pretende investigar a ―Trilha da Modernidade Cafeeira‖, nesta
privilegiamos as modificações realizadas no universo arcaico e provincial da Ribeirão Preto em
formação, assim como, o período de transformações do traçado urbano e social da cidade.
A quinta e ultima parte intitulada: ―Imprensa feminista na Ribeirão Preto de 1918-1914‖ é
pretensiosa no tratamento temporal, pois não optamos em montar um cenário histórico linear, ao
escrever a história dos apontamentos feminista se fez necessário fazer uso da história retroativa. O ano
1918 marca o óbito de Esther Monteiro e a calmaria do entre guerras. Ao trabalharmos 1914
identificamos o acordo da Companhia Antárctica Paulista em parceria com o empresário François
Cassoulet, os quais inauguram o Cassino Antárctica e a Rotisserie Sportsman, palcos que serviram
para dinamizar a vida cultural do gênero masculino e feminino na cidade de Ribeirão Preto.
Ao trabalharmos com o sujeito feminino conforme mostra Henrique Espada Lima: ―[...] O
fundamental para nós aqui é que o interesse pelas mulheres e pelos sujeitos sociais mantidos à
margem da indagação histórica tradicional é colocado no centro da proposta micro-histórica, em suas
várias vertentes‖. 718 Nisto, se faz necessário perceber as ações dos sujeitos no tempo e no local
especifico, para tanto, a noção de longa duração de Ferdinand Braudel e das mentalidades se fundam
nesta proposta a qual se pretende mostrar as mudanças e persistências das ações humanas.
No intuito de desvelar o painel histórico do período 1918-1914, utilizamos como massa
documental artigos da imprensa, sobretudo dos jornais locais, interessa-nos escritas que aludem ao
gênero feminino. A imprensa permite perceber o discurso idealizado e propagado pelo estado, sejam
por intermédio da escuta ou das imagens por si apresentadas.
Parece-nos claro que em todas as fontes, é possível perceber o ordenamento social, bem
como o espaço oficialmente admitido para o feminino.
Em busca de caracterizar as atuações das mulheres que se pretendem modernizar e civilizar, a
narrativa apresentada se envereda no terreno da análise do discurso. Os campos lingüísticos
enquanto métodos de pesquisas permitem perceber a apropriação dos diversos discursos, sejam estes
717 GIOVANNI, L. A História ao Rés-do-Chão. In: ______. A herança imaterial: trajetória de um exorcista no Piemonte
do século XVII. Trad. Cynthia Marques de Oliveira, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000, p.18.
718 ESPADA LIMA, H. A microstoria nos Quaderni Storici. In: _____. A micro-história italiana: escolas, indícios e
singularidades. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2006, p.131.
Introdução 85