Barão

Para a Igreja Católica o novo contexto de dissociação do Estado ocasionado pela Proclamação da
República, inspirava maiores cuidados. A escola adquiriu um novo valor, tornava-se uma das principais
formas de manter a influência da instituição na formação dos valores da sociedade. Observou-se, nesse
sentido que, mesmo que a República tenha separado Igreja Católica do Estado ela continuava a ser a
religião nacional e buscava, através da escola, manter essa posição.
Portanto, se de um lado a Igreja Católica via na escola uma fonte de manutenção de seu poder político na
sociedade, diante do novo contexto político brasileiro. Por outro, a maçonaria buscava romper o
monopólico como tática de enfraquecimento do poder político católico na nova sociedade que se buscava
formar.
Em Ribeirão Preto, essa estratégia fica clara quando se analisa os documentos da maçonaria sobre as
discussões entorno da proposta de fundação do Colégio Macedo Soares. Nesse primeiro momento, o viés
do embate direto com a Igreja Católica é mais evidente do que uma noção dos princípios liberais de
educação propriamente ditos.
Num segundo momento, por ocasião do objetivo de ampliação do papel educacional da maçonaria, através
do Ginásio Barão do Rio Branco, essa noção de um método liberal torna-se mais evidente. Já que a idéia
era fundar uma escola capaz de atender quase 300 alunos e torná-la comparável ao Ginásio Nacional que
era tido como um ―colégio padrão‖ de onde deveria sair toda a intelectualidade republicana.
A concepção liberal baseada em métodos também pode ser observada nas fotos de divulgação do Ginásio
no Almanach Ilustrado de Ribeirão preto, lançado em 1913, em que turmas e laboratórios de química e
física são retratados de forma a mostrar o cotidiano das aulas da escola.
Com isso, chegou-se à percepção de que mesmo antes dos Pioneiros da Educação Nova defenderem o
liberalismo em educação no Ensino Público, o pensamento liberal em educação já vinha sendo efetivado
em iniciativas privadas, como foi no caso de Ribeirão Preto, através das escolas Macedo Soares e Ginásio
Barão do Rio Branco, atreladas à maçonaria.
Não se pode dizer que essas escolas desenvolviam exatamente o que os pioneiros defendiam como
sendo um método de ensino liberal. Mas, com certeza, os novos métodos de educação aplicados a uma
nova noção de formação de uma identidade nacional moderna já permeavam essas iniciativas que vinham
sendo desenvolvidas desde os anos finais do século XIX. E não a partir dos anos 1920 como costuma-se
defender.
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