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Barão

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Esta pesquisa dedicou-se ao estudo das formas de ações e resistência dos cativos de Ribeirão<br />

Preto entre 1850 e 1888, procurando demonstrar que os cativos, mesmo diante de inúmeras<br />

adversidades, conseguiram criar espaços autônomos de sobrevivência.<br />

Acreditamos que diante dos dados apresentados, conseguimos evidenciar que os cativos não<br />

eram seres passivos, incapazes de modificar seus destinos, mero reflexo de seus senhores,<br />

principalmente no decorrer da segunda metade do século XIX, onde observamos um aumento no<br />

número de revoltas e de ações judiciais de escravos contra seus proprietários. É bem verdade que<br />

neste período também os negros contaram com a opinião pública nacional e internacional para a<br />

extinção da instituição escravidão, mas este apoio, em grande parte, se devia a tomada de consciência<br />

dos cativos.<br />

Com uma instituição criada sob a égide da violência e fortemente marcada pelo processo da<br />

exclusão social, os cativos se viram obrigados a procurar alternativas, de acordo com suas práticas e<br />

costumes, para sobreviver na sociedade.<br />

A busca pela liberdade sempre foi um caminho trilhado por esses homens e mulheres, que<br />

arrancados de sua terra natal, transportados e vendidos como meras mercadorias, conseguiram a partir<br />

de atos de violência ou por meio da negociação, a liberdade, que sempre foi uma meta. Contudo,<br />

através das contingências econômicas ou mesmo sociais, tiveram muitas dificuldades para alcançá-la.<br />

As modificações nas estruturas econômicas e sociais do país, juntamente com as ações e<br />

resistência dos escravos iam cada vez mais interferindo nas decisões políticas e na configuração de<br />

uma nova cultura.<br />

Para este escravo a fronteira da escravidão e da liberdade já não estavam mais tão distantes.<br />

Alguns deles conseguindo fazer valer na Justiça seus direitos.<br />

Em Ribeirão Preto onde os cativos se encontravam presentes nas mais variadas atividades<br />

econômicas e em plantéis de todos os tamanhos, também observamos, através da análise dos<br />

processos, como eles conseguiram no dia-a-dia ampliar sua autonomia perante seus senhores.<br />

O negro sempre esteve comprometido na luta por sua liberdade, conduzindo, mesmo de<br />

maneira indireta o sistema escravista ao seu declínio, pois se não o fizesse talvez a escravidão<br />

perdurasse um pouco mais de tempo. Na análise dos processos de liberdade, pudemos observar que<br />

eram muito atuantes e conscientes de seus direitos, mesmo que a sociedade não fosse nenhum pouco<br />

generosa com eles dificultando ao máximo seu acesso à liberdade. E isso só engrandece as ações da<br />

Dorothea, João, Francisco, Luzia e tantos outros que lutaram para conseguir valer seus direitos.<br />

Pena que mesmo chegada a abolição a sociedade brasileira continuou a marginalizar os<br />

negros e que mesmo depois de muitas mortes e infortúnios para a maioria dos negros a liberdade<br />

pouco representou.<br />

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