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Barão

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sociedade liberadas da submissão aos deuses e às hierarquias hereditárias e da<br />

influencia da tradição. 4<br />

As mudanças no pensamento científico rompem as tradições geocêntricas. Com estudos de<br />

Galileu e Copérnico desaparece a idéia de que a terra é linear, reta e o centro do Universo. Os<br />

cientistas descobrem que a Terra é redonda e não é o centro do Universo. Aos poucos, a ciência vai<br />

descrendo os ensinos que eram impostos pela Igreja. O centro do saber na terrestre, antes sob o<br />

domínio dogmático, vai sendo transferido para as ciências.<br />

Paulatinamente a humanidade vai absorvendo uma autonomia política contra o sagrado. Com<br />

Nicolau Maquiavel chega-se ao divórcio entre Igreja e Política. Antes a Igreja detinha tanto o poder<br />

político como o religioso. Mas as idéias de Maquiavel - em seu livro ―O Príncipe‖, colabora para a<br />

separação entre as atividades políticas e religiosas. 5<br />

De carona com a trilha do projeto modernista, vem a formação dos estados nacionais. Nesta, a<br />

Igreja tem seu poder centralizador extremamente diminuído e dividido. A razão limita o domínio da<br />

Igreja apenas no campo da fé. Logo, inicia um combate intelectual entre ciência x Igreja, esta ultima<br />

para não ver suas verdades baseadas na fé serem ridicularizadas.<br />

Com o advento das artes plásticas de Rafael e Leonardo, é inaugurado o período em que as<br />

artes assumem um papel importantíssimo como transmissoras do novo pensamento que invade o<br />

mundo. É o apogeu das artes racionais. ―[...] A arte moderna antes de ser mistificada surgia como<br />

campo de experiências inovadoras, a partir de parâmetros concretos, que se organizavam de modo<br />

puramente relacional [...]‖. 6 Pinturas inteligentes, telas iluministas, quadros que ainda hoje são<br />

comprados por mais de cem milhões de dólares. Neste ponto Malcolm Bradbury e James McFarlane<br />

podem nos ajudar afirmando:<br />

[...] Na verdade, o modernismo aparentaria ser o ponto em que a idéia das<br />

artes radicais e inovadoras, o ideal experimental, técnico, estético que veio<br />

crescendo desde o romantismo, atinge uma crise formal – em que o mito, a estrutura<br />

e a organização em sentido tradicional sofrem uma derrocada, e não por razoes<br />

formais. A crise é uma crise da cultura; muitas vezes comporta uma visão infeliz da<br />

história – de modo que o escritor modernista não é simplesmente o artista libertado,<br />

mas o artista sob uma tensão específica, visivelmente histórica. 7<br />

A estética visual e racional é um ponto no qual o projeto modernista irá lançar a construção de<br />

novos trabalhos das ações humanas. Sejam estes em níveis educacionais, livros, obras de artes,<br />

arquitetura, escultura entre tantos objetos manipulados pelo saber humano. Assim, a modernidade<br />

4 OLIVA, J.; GIANSANTI, R. Espaço e modernidade: temas da geografia. São Paulo: Atual, 1995, p.13-14.<br />

5 Cf. MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1996.<br />

6 SEVCENKO, N. Orféu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo:<br />

Companhia das Letras, 1992, p.XXIII.<br />

Jorge Luiz de França 120

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