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Barão

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centros educacionais, matadouros, Câmara municipal e cadeia pública. Tais modificações revelam<br />

mudanças mentais e culturais da ação humana no tempo e nas relações de sociabilidade.<br />

Na medida em que a cidade cresce, o espaço urbano absorve ritmos e símbolos de pessoas<br />

cada vez mais diferenciadas. As mulheres passam a ocupar funções múltiplas, cuja prática cotidiana foi<br />

objeto de normatização do estado. Acordar de manhã, se prepara e ir ao trabalho, a escola, teatro,<br />

passear pelas calçadas, praça pública, alfaiatarias, aulas particulares e/ou religioso-devocionais,<br />

freqüentar reuniões de grupos de amigas, bailes de salões. Eram tantas oportunidades, de encontros<br />

entre os corpos, os quais faziam do momento único e proveitoso, principalmente para aquelas que<br />

gozavam de um poder econômico favorável as benesses de tais novidades. Deste modo, ao observar<br />

as revistas e almanaques as personagem femininas incorporavam o modelo de mulher ditado pelos<br />

grandes centros da época, França e Europa. Do seu jeito e nas suas possibilidades adequavam<br />

recortes de vestimentas femininas e porque não masculinas as peculiaridades locais.<br />

Tudo isso era sinal de que estava presente neste rincão, o fenômeno conhecido como<br />

modernidade. Não obstante, esta promovia alterações na política, na economia, nos hábitos e<br />

costumes dos moradores que estavam iniciando um êxodo rural e, se fixando intensivamente nas<br />

cidades. Desta forma, a Primeira República intensificando a modernidade e educação promovia o<br />

surgimento de novos modelos econômicos no Brasil, sejam estas por intermédio do complexo cafeeiro<br />

e/ou de outras regiões que possuíam economias diversificadas 19 e opostas do modelo burbom. 20<br />

Este elemento tipificado de transformação materiais, econômicas, sociais e urbanas, fazia parte<br />

de um projeto moderno tipológico. Símbolo de uma transposição de modelo da historiografia moderna<br />

ao interior paulista caipira. Diante das eficiências econômicas, diversas regiões tais como: dos<br />

municípios de Barretos, Bauru, Franca, Mococa, Piracicaba, Ribeirão Preto, São Carlos e São José do<br />

Rio Preto, 21 começam a sofrer alterações urbanísticas e culturais que são visualizadas no universo<br />

público e privado no período Republicano brasileiro.<br />

Não é possível ignorar os locais onde pulsavam este processo. Ignorá-los é não aceitar a<br />

economia cafeeira, assim, como deslegitimar a história brasileira e escrevê-la sob tradições construídas<br />

19 Esta modernidade brasileira interiorana é um elemento tipificado de transformação material econômica, social e<br />

urbana, que faz parte de um modelo moderno tipológico. Símbolo de uma transposição de modelo da historiografia<br />

moderna do interior paulista caipira. Diante das eficiências econômicas, regiões do oeste paulista tais como: dos<br />

municípios de Barretos, Bauru, Franca, Mococa, Piracicaba, Ribeirão Preto, São Carlos e São José do Rio Preto,<br />

começam a sofrer alterações urbanísticas que são visualizadas no universo público-privado. Novos espaços foram<br />

construídos, a partir de princípios higiênicos. Tais modificações afetaram a dinâmica social com alargamentos de<br />

ruas, construções de praças, estação de tratamento de esgoto, iluminação pública entre outras inúmeras alterações<br />

que modificaram a paisagem urbana. Elemento crucial deste processo é a expansão cafeeira.<br />

20 Referente à variedade de cafeeiro e do grão de café.<br />

21 Cf. DOIN, J. E. M. et al. A Belle Époque caipira: problematizações, e oportunidades interpretativas da<br />

modernidade e urbanização do Mundo do Café (1852-1930) a proposta do CEMUNC. In: Revista Brasileira de História.<br />

São Paulo, v.27, nº 53, 2007.<br />

Imprensa feminista na Ribeirão Preto de 1918-1914 161

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