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Barão

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subsistência coexistiam e sitiantes, parceiros, agregados, colonos e posseiros desenvolviam cultivos<br />

múltiplos, em pequena escala, mas que condiziam com seu modo de viver.<br />

No contexto nacional, com a Lei de Terras de 1850, foi necessário regularizar as propriedades<br />

existentes. Tal projeto se definia por meio direto da compra, ou por intervenção da Igreja, pois esta<br />

instituição possuía documentos eclesiásticos, que tornavam possível comprovar a existência de<br />

determinada família, o local de sua residência e, conseqüentemente, demarcar suas terras para que<br />

não se tornassem devolutas e retornassem para o controle do Estado. 910<br />

Como sugere Emilia Viotti da Costa, além de legitimar as terras de posseiros, esse projeto<br />

tinha como intenção privatizar o espaço existente, garantir a concentração maior para uma minoria e<br />

barrar o acesso à terra aos escravos alforriados, pequenos sitiantes e possíveis imigrantes. Seriam<br />

naturalmente excluídos todos aqueles que não possuíssem bens e dinheiro para sua compra.<br />

Percebemos, portanto, que nesse momento a efetiva prática capitalista era incorporada mais<br />

ativamente ao Estado. A doação das sesmarias passava a ser proibida, enquanto que a aquisição de<br />

propriedade gerava a sua regularização por meio da compra. 911<br />

No caso dos posseiros, muitos não tinham direito de propriedade da terra, eram muitas<br />

vezes moradores de favor ou simples ocupantes de terra.<br />

Quanto aos colonos, recebiam parte do pagamento pelo seu trabalho e o de suas<br />

respectivas famílias em dinheiro; a outra parte correspondia à permissão para o plantio de certos<br />

produtos – milho e feijão – entre as fileiras dos cafezais, ou ao direito de ter uma pequenas roça de<br />

subsistência e criar animais de pequeno porte.<br />

Os parceiros ou meeiros eram os que recebiam a terra do proprietário para um determinado<br />

plantio e eram obrigados a entregar uma parte do produto ao dono da terra, geralmente a metade. Os<br />

arrendatários pagavam aos proprietários certa quantia em dinheiro pelo uso da terra, uma espécie de<br />

aluguel ou arrendamento.<br />

Em virtude do aumento da demanda da borracha, por volta de 1870, muitos migrantes foram<br />

em busca de trabalho. Muitos desses foram levados pelos agenciadores, mais conhecido por gatos –<br />

mercadores de mão de obra – para os seringais no interior da Amazônia e Pará, sendo submetidos à<br />

escravidão por dívida.<br />

No sul do País a agricultura familiar era base na sustentabilidade até meados dos anos de<br />

1950/1960. Com a implantação da modernização agrícola e industrial, a expansão capitalista<br />

consolidou-se e o resultado foi a chamada industrialização do campo. Essa modernização foi<br />

910 COSTA, E. V. Da escravidão ao trabalho livre in: Da Monarquia à República: momentos decisivos. 7. ed., São<br />

Paulo: Ed. Unesp, 1999.<br />

911 Idem.

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