20.04.2013 Views

Barão

Barão

Barão

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

[...] os paulistas gozavam de considerável autonomia em setores como defesa, relações com os índios,<br />

administração eclesiástica, controle dos preços e das mercadorias, obras públicas e serviços municipais. Via de<br />

regra, a dualidade rural-urbana do chefe de família era marcada pela posse de uma casa na cidade, além da<br />

habitação rural 80 .<br />

Certamente, todo esse processo intensificou-se após o retorno do rei para Portugal exigindo<br />

que o príncipe regente, que aqui ficou para governar, voltasse também. Esse fato, se consolidado<br />

poderia atrapalhar o andamento da economia do país que estavam em uma linha ascendente,<br />

principalmente após o fim do monopólio, o comércio do Brasil passou a manter contato direto com<br />

outros centros comerciais, enriquecendo e fortificando cada vez mais essa elite, e se de fato o príncipe<br />

chegasse a voltar para Portugal, o Brasil correria o risco de ser reduzido novamente ao status de<br />

colônia. Isso desencadeou uma reação desta elite que, pressionando D. Pedro conseguem dar um<br />

novo passo na história deste país. Com esse pano de fundo, ocorre a Independência deste território,<br />

uma elite agrária aliada ao príncipe regente D. Pedro que continuou, obviamente a manter contatos<br />

políticos e econômicos com a antiga metrópole. Sendo que boa parte da força que traçou os rumos da<br />

independência, incentivando-a, veio dessas elites locais que se encontravam nas regiões interioranas<br />

que viram sua autonomia ameaçada 81 .<br />

Nesse período, a atividade econômica começou a passar por uma transição, com o alicerce<br />

formado pela elite do açúcar, com a experiência agrícola, seus investimentos começaram a se voltar<br />

para a plantação e exportação do café:<br />

Vencido o primeiro quartel do século XIX, a produção cafeeira deslocaria, vindo a ocupar, no curto<br />

espaço de 10 anos (1830 – 1840, o primeiro lugar em nossas exportações. [...] 82 .<br />

Com a economia cafeeira em alta, o interior do país passou a se destacar e ganhar mais<br />

importância no contexto econômico e político. Grandes fazendeiros, homens com muito dinheiro, e que<br />

na sua maioria vinham de famílias quatrocentonas, com um histórico rural e elitista. Na maior parte dos<br />

Estados ocorreu esse fenômeno de formação de uma elite local, mas nosso objetivo aqui é focar<br />

principalmente a elite paulista, essa que junto com a economia cafeeira cresceu ao ponto de se tornar<br />

um dos braços mais importante do Governo, ou quando não o maior empecilho para esse mesmo<br />

governo.<br />

Podemos dizer que se tornaram obstáculos que dificultavam o governo central, devido aos<br />

acontecimentos pós independência, como por exemplo, as centralizações das Câmaras Provinciais<br />

80 MORSE, 1970. op. cit. p. 31.<br />

81 Idem, p, 79.<br />

82 LAPA, José Roberto do Amaral. A economia cafeeira. 4ª ed.: São Paulo; Brasiliense, 1987. p 12<br />

76<br />

76

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!