Barão

Em algumas propagandas, o Brasil era comparado com os Estados Unidos, que passariam a
imagem da possibilidade da igualdade, ou até superioridade para com os norte-americanos em relação
à produção de energia renovável; o álcool.
FOTO 04 - Fonte: Capa da Revista do Álcool – Julho/Agosto de 1987, Ano 6, nº 37, p 53.
Nas várias pesquisas feitas nos documentos especializados em açúcar e álcool, a menção ao
bóia fria era praticamente nula. Os trabalhadores citados nas reportagens e propagandas se referiam
aos registrados, que eram reconhecidos como trabalhadores brasileiros, conforme a CLT –
Consolidação das Leis Trabalhistas. O trabalhador sazonal ou volante era esquecido e excluído desse
cenário, e pior ainda, ele não se identificava como um grupo coeso, uma classe própria.
As usinas de açúcar e álcool teriam ainda um papel derradeiro no universo cultural dos
tradicionais homens do campo: civilizar, por um processo homogeneizador imposto sobre os destroços
do antigo universo cultural dos ex-colonos, parceiros e sitiantes. Por meio das cidades-dormitórios, o
mundo rural se tornaria despovoado e coberto pelo verde sem esperança.
Mas nem tudo era doce. A cultura de cana-de-açúcar propiciou o desenvolvimento de um
movimento sindical organizado, que muito contribuiu para o aprimoramento das relações trabalhistas