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Barão

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Um lugar, novas e velhas ações perturbavam a vida social francesa, a qual assiste o ponto inicial<br />

das manifestações estudantis nos arredores de Paris. Os estudantes vinha há semanas entrando em<br />

conflito com a polícia, ocuparam universidade protestando contra a burocracia. Em pouco tempo os<br />

alunos universitários ganham apoio dos sindicatos de trabalhadores, os quais decidiram cruzar os<br />

braços e ocupar as fábricas, cobrando do governo melhores salários e condições de trabalho.<br />

Novamente utilizando as palavras de Hobsbawm:<br />

[...] E se houve um momento, nos anos de ouro posteriores a 1945, que<br />

correspondeu ao levante mundial simultâneo com que os revolucionários sonhavam<br />

após 1917, foi sem dúvida 1968, quando os estudantes se rebelaram desde os EUA<br />

e o México, no Ocidente, até a Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia, socialistas,<br />

em grande parte estimulados pela extraordinária irrupção de maio de 1968 em Paris,<br />

epicentro de um levante estudantil continental. Estava longe de ser a revolução,<br />

embora fosse consideravelmente mais que o ―psicodrama‖ ou ―teatro de rua‖<br />

descartado por observadores velhos e não simpatizantes [...] 2<br />

Maio de 1968 longe de ser percebido como sendo um fenômeno de conflitos individuais, foi sem<br />

duvidas o marco da ebulição do descontentamento das ações políticas internacionais. Entre os slogans<br />

criados estão: ―É Proibido Proibir‖, ―O Poder Está nas Ruas‖ e ―A Imaginação no Poder‖.<br />

Poderá uma agitação particularizada invadir o universo cultural de outros países? A resposta<br />

para esta indagação é afirmativa no sentido de que neste período os meios de comunicações<br />

trabalhavam incansavelmente no intuito de trazer ao julgamento público, cenas fieis do mundo em<br />

guerra-fria. Nesta ótica o discurso apresentado por intermédio da imprensa fazia referência de um<br />

colapso mundial, seja por questões de confronto militares, levantes de governos autoritários os quais<br />

geravam ondas de descontentamento e insatisfações populares.<br />

Nesta devassa apocalíptica das quais sacudiam as esferas sociais do Ocidente, os Estados<br />

Unidos da América presenciavam momentos de transtornos diplomáticos e políticos. Bill Yenne em:<br />

―100 homens que mudaram a história do mundo‖, mostra a biografia de Martin Luther King líder do<br />

movimento em prol dos direitos civis da comunidade negra americana. Nesta obra o autor aponta:<br />

[...] Após vários protestos pacíficos, uma reviravolta ocorreu no movimento<br />

durante uma grande passeata pelos direitos civis ocorrida em Washington, durante o<br />

verão de 1963, que culminou com o imortal discurso ―Eu Tenho um Sonho‖, de<br />

Luther King. Naquele mesmo ano ele havia ganho o Prêmio Nobel da Paz por seu<br />

trabalho em promover os direitos civis dos negros americanos. [...] Ele estava<br />

organizando uma outra grande passeata em Washington, quando foi assassinado<br />

num motel em Memphis, no Tennesse, por James Earl Ray, em 4 de abril de 1968. 3<br />

2 HOBSBAWN, E. J. Era dos Extremos... Op. Cit., p.293.<br />

3 YENNE, B. 100 homens que mudaram a história do mundo. Trad. Roger Maiole, São Paulo: Ediouro, 2002, p.224.<br />

Jorge Luiz de França 90

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