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Barão

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enefícios; ao mesmo tempo continuava a ser para os escravos e posseiros, pessoas pobres que<br />

dependiam muitas vezes de sua ajuda, o todo poderoso, senhor do bem e do mal, aquele que pode<br />

tudo e eu ninguém se opõe. Dessa maneira formavam-se redes de relacionamentos, mesmo existindo<br />

o caráter mandão do potentado rural, no interior do sistema monárquico e estando muito longe do<br />

convívio realista de uma corte metropolitana, fazia-se necessário para estes homens de poder e seus<br />

pares estes tipos de negociações extras oficiais ou extras institucionais.<br />

Essas características seguiram seu curso com uma alta margem de significado entre o período imperial<br />

até 1850 – 60, ocasião na qual o cenário econômico era dominado quase que 80% pelos cafeicultores<br />

escravocratas do Vale do Paraíba 88 . Cenário esse que muda quase por completo com a inversão do<br />

centro econômico cafeicultor de Vale do Paraíba para o historicamente chamado ―Oeste Paulista‖ 89 .<br />

Momento em que a história passa a mudar seu curso, alterando sistemas financeiros, e principalmente<br />

no que diz respeito à mão-de-obra, sendo o imigrante europeu um novo fator em nossa história,<br />

obrigando as relações entre fazendeiros e trabalhadores a se reorganizar de uma forma diferente<br />

daquela com o escravo, surgindo assim, novos aspectos relacionais entre esses personagens<br />

históricos.<br />

A partir do momento em que as fazendas de café paulistas ganham a importância no cenário<br />

econômico, os demais conceitos explicitados no início deste capítulo começam a se enquadrar no<br />

contexto histórico do nosso país. Isso ocorreu devido à diferença que existia entre as fazendas do Vale<br />

do Paraíba no Rio de Janeiro e as fazendas de São Paulo. Essa diferença, como já nos referimos<br />

anteriormente, era vista, principalmente no que diz respeito à produção cafeeira, na qual estava sendo<br />

inserida0 como mão-de-obra, os imigrantes europeus como trabalhadores assalariados, o que<br />

diferenciava completamente o relacionamento entre fazendeiro e empregado, e também na maneira de<br />

tratar o produto, no caso o grão. Os cafeicultores paulistas passaram a estruturar e administrar suas<br />

propriedades como empresas, as ditas empresas agrícolas, influenciados pelos moldes capitalistas de<br />

organização, produção e geração de lucros financeiros.<br />

Com essa estrutura estabelecida no interior do Brasil, o que não foi diferente na nossa região de<br />

Ribeirão Preto, apresentou-se no cenário político do período imperial e arrastando-se pelo período<br />

republicano, a figura do ―coronel‖, aquele homem dono de vastas propriedades, com um alto grau de<br />

poder e influência sobre aqueles que convivem com ele, e que ainda ostenta a patente adquirida com a<br />

extinta Guarda Nacional e que acabou sendo transferida de geração para geração 90 .<br />

88 LAPA, 1987. op. cit. p. 27.<br />

89 Vale ressaltar, que no final do século XIX e início de XX as localizações geográficas eram medidas utilizando como ponto<br />

principal as coordenadas geográficas. Hoje as localizações geográficas são medidas através do centro da região do estado,<br />

sendo assim Ribeirão Preto hoje encontra-se na parte Noroeste do Estado de São Paulo.<br />

90 JANOTTI, 1981.op. cit. p. 07.<br />

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