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Barão

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judiciário, no início do oitocentos. Entretanto, parte da mesma fazenda referida fora apropriada, em<br />

1832, pela família Reis de Araújo, em especial pelos irmãos Manoel José dos Reis, Vicente José dos<br />

Reis e Mateus José dos Reis, antigos moradores da fazenda Figueira em São Simão. Iniciava ai uma<br />

disputa jurídica que duraria vários anos em torno da questão da posse das terras envolvidas.<br />

A descoberta de uma Carta Precatória do Juízo Municipal de São José do Mojimirim para o<br />

Juízo de Franca do Imperador, no Arquivo Municipal de Franca, pelo pesquisador Wanderlei dos<br />

Santos, deu início a elucidação sobre o problema da questão em Ribeirão Preto. O excerto a seguir da<br />

obra do Lages, nos oferece elementos importantes para o entendimento sobre a questão fundiária, bem<br />

como sobre a chegada dos primeiros entrantes e posseiros que a habitaram.<br />

Este importante documento, de outubro de 1834 afirma que ―uma sorte de<br />

terras‖ se achava em disputa judicial entre Hilário Dias Campos, Davi Dias Campos<br />

e outros com suas respectivas mulheres – todos filhos e genros de José Dias<br />

Campos e sua mulher Maria Ignácia de Jesus, como autores, contra os réus Manuel<br />

José dos Reis e sua mulher Maria Felizarda, e por ―concumitância‖, Vicente José<br />

dos Reis, o Capitão Mateus José dos Reis e suas respectivas mulheres, acusados<br />

todos de se apossarem, com violência, de terras que os autores já ocupavam<br />

pacificamente há mais de vinte anos. 212<br />

Esta disputa judicial entre os Dias Campos e os Reis de Araújo, transcorreu durante doze anos<br />

até 1846, no Juízo Municipal de Mojimirim. 213<br />

Depois de depoimentos de testemunhas, alegações, embargos de sentenças e recorrências,<br />

finalmente em 05 de abril de 1846, concluiu-se uma conciliação entre as partes. Os Dias Campos<br />

concordaram em vender o terreno, avaliado por 4.000$000 aos Reis de Araújo. 214<br />

Em 24 de outubro de 1846, o Juízo Municipal de Casa Branca, Judalício Randolfo Figueira de<br />

Aguiar deu por encerrado o processo, ficando os sucessores dos irmãos Reis como os legítimos<br />

proprietários da antiga Fazenda Rio Pardo, que durante este longo processo foi desmembrada em:<br />

Fazenda Pontinha de Ribeirão Preto, com 4.050 alqueires; Fazenda do Laureano, com 2.067 alqueires;<br />

Fazenda do Retiro, com 4.632 alqueires; Fazenda Barra do Retiro, com 263 alqueires; Fazenda das<br />

Palmeiras, com 2.250 alqueires e Fazenda Barra do Esgoto. Assim sendo, o ano de 1846 marca o<br />

início da regularização fundiária de Ribeirão Preto.<br />

Em relação aos moradores destas fazendas provenientes da divisão da fazenda Rio Pardo, são<br />

para Lopes, ―[...] os primeiros habitantes do que viria a se tornar a vila de São Sebastião do Ribeirão<br />

212 LAGES, José Antonio. 1996, Op. cit. p. 150.<br />

213 Este processo, contendo 264 folhas, pode ser encontrado no Cartório do 1º Ofício de Casa Branca.<br />

214 O valor pago pelas terras era irrisório, levando-se em questão o tamanho da propriedade, mais de dez mil<br />

alqueires e, pelo fato de que um terreno com a metade deste, fora avaliado, em 1839, por 9.000$000. Informações<br />

retiradas de Lages, J. A.. 1996, Op. cit. p. 159.<br />

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