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Barão

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2. Urbanização de Ribeirão Preto<br />

Essa expansão (cafeeira) estabelece a enorme dianteira das terras do café<br />

sobre outras regiões de país. O mundo do cofee business se engalona e sofistica.<br />

Entupida de dinheiro, sua elite quer a todo custo modernizar-se. Aquelas vilazinhas,<br />

aqueles lugarejos., que poucos anos antes eram apenas um parco aglomerado de<br />

casebres anônimos, insignificantes, entregues a modorra sonolenta da rotina, num<br />

repente acordam, tomados de pressa ingente para entrar no bonde da história e<br />

atingir o benesses do progresso e da civilização, acordados que foram pelo aroma<br />

forte e instigante daquela bebida dadivosa.Rápido crescem e tomam forma de<br />

cidades. Centros bafejados pela força da grana que constrói e destrói coisas belas.<br />

Admirável mundo novo que mescla sem possibilidades de separação o arcaico e o<br />

moderno. Era a Belle Époque caipira que tomava conta dos corações e das mentes<br />

das cidades do interior paulista. 320<br />

Através da riqueza proporcionada pelos cafezais, Ribeirão começa a ganhar ares urbanos e<br />

se torna passagem obrigatória de artistas, escritores e autoridades brasileiras. E a partir daí começa<br />

ganhar fama: Canaã Paulista, Califórnia do Café, País do Café, Eldorado, Capital D‘Oeste e Petit Paris<br />

foram alguns ―apelidos recebidos‖ de seus ilustres visitantes.<br />

Em todo o decorrer de nosso trabalho apontamos os principais aspectos da urbanização em<br />

cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, dando especial atenção para as mudanças de hábitos e<br />

costumes. Agora, de forma mais detalhada, queremos abordar esses aspectos em Ribeirão.<br />

Na segunda metade do século XIX, houve uma explosão de consumo de café<br />

no mundo. As antigas áreas produtoras do Vale do Paraíba estavam esgotadas pela<br />

má qualidade do solo e mau uso da terra. Além disso, os produtores utilizavam<br />

basicamente mão de obra escrava o que se torna basicamente mais difícil a partir de<br />

1850 com a Lei Eusébio de Queiroz que extinguia o tráfico de escravos [...] Nesse<br />

contexto, insere-se o Oeste Paulista a questão do trabalho livre, com o imigrante em<br />

substituição ao do trabalho escravo, provocando uma situação de grande<br />

desenvolvimento agrícola sob condições de oferta potencialmente escassa de mãode-obra<br />

[...] foi portanto uma solução rápida e, principalmente de custo reduzido<br />

para os fazendeiros que, além de possuírem as melhores terras, aplicavam também<br />

técnicas modernas de produção e preservação do solo. 321<br />

Percebemos que a produção cafeeira no Vale do Paraíba estava ―decadente‖, primeiro pela<br />

utilização de mão-de-obra escrava, depois pelo empobrecimento do solo. No ano de 1876, doutor Luis<br />

Pereira Barreto e seus irmãos trouxeram o café Bourbon e se fixaram na região do Oeste Paulista,<br />

onde ficaram deslumbrados com a qualidade da ―terra roxa‖. Em 1890, Ribeirão Preto se transforma na<br />

maior produtora de café do Estado então maior exportador do produto. A expansão cafeeira para a<br />

320 PAZIANI, Rodrigo. Outras leituras da cidade: experiências urbanas da população de Ribeirão Preto durante a<br />

Primeira República. Tempo vol. 10 nº. 19. Niterói Jul./Dec.2005.<br />

321 TUON, Liamar. O cotidiano cultural em Ribeirão Preto. (1880-1920). Dissertação Mestrado em História Franca:<br />

Unesp, 1997. p.23.<br />

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