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Barão

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Não era fácil manter-se vivo e saudável com tantas epidemias e doenças não-diagnosticadas e<br />

tratadas em meados do século XIX no Brasil. Muitos historiadores nos lembram ocorrências de febres<br />

intermitentes, febre amarela, cólera e varíola ocorridas na cidade do Rio de Janeiro no século XIX. Na<br />

―História da Vida Privada no Brasil‖ 679 observa-se que a febre amarela tornou-se endêmica a partir de<br />

1850, assim como a cólera e a varíola, esses males não ficaram restritos apenas ao Rio de Janeiro,<br />

como aponta o autor ―Todas as províncias acabaram sendo atingidas por essas pestilências e<br />

mortandades‖. 680<br />

Não podemos deixar de mencionar o fato de que naquele período as condições de vida da<br />

população na maioria das vezes, não eram adequadas pela falta de higiene, carência e deficiência na<br />

alimentação, moradias e vestimentas precárias, o que contribuíam com o grande número de<br />

mortalidade, principalmente a infantil.O fato de não se diagnosticarem as verdadeiras causas e a<br />

doença em si, pela falta de médicos e medicamentos adequados e disponíveis, também foi um fator<br />

importante para a mortalidade.<br />

Na época da formação da Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto, as terras do município<br />

eram utilizadas para a agricultura de subsistência e para a criação de gado, sendo estas duas<br />

atividades as responsáveis pelo desmatamento e a abertura das primeiras fazendas. Na década de<br />

1870 o município de Ribeirão Preto, com um solo, clima e altitude excelentes para o cultivo do café,<br />

começa a fazer parte da frente de expansão cafeeira devido ao esgotamento dos solos do Vale do<br />

Paraíba paulista e fluminense e a queda na produtividade da região cafeeira de Campinas. Essa<br />

expansão cafeeira necessitava de mão-de-obra, que em algumas fazendas foi formada com mão-de-<br />

obra local e outras com mão-de-obra de outras regiões do país, além do pequeno número de escravos<br />

e a mão-de-obra imigrante, que teve papel fundamental na consolidação do café no município, sendo<br />

responsável pela manutenção das lavouras mesmo antes da abolição, além de provocar um grande<br />

aumento populacional. 681<br />

Os imigrantes que chegavam à cidade e se dirigiam ao campo, às plantações de café,<br />

enfrentavam os mais diversos males, as febres tropicais, picadas de cobra, casos de afogamentos,<br />

mortes nos partos, recém-nascidos fora de tempo e alguns nem bem chegavam e se deparavam com a<br />

morte, como o registro do dia 04/03/1892 de um italiano, de mais ou menos 45 anos, sem identificação,<br />

que faleceu na Fazenda Dumondt, três dias depois de chegar ao Brasil, de moléstia desconhecida. 682<br />

679 ALENCASTRO, Luiz Felipe. História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, v.2.<br />

680 Ibid., p.69.<br />

681 PINTO, Luciana Suarez Galvão. Ribeirão Preto: A dinâmica da economia cafeeira de 1870 a 1930. Dissertação<br />

(Mestrado em História Econômica). Araraquara: Universidade Paulista, 2000.<br />

682 Acervo do Arquivo Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto, Livro nº0 3 de 09/1889 a 05/1892, p.136.<br />

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