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Barão

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1.1 Mudanças, persistências e conservadorismo: algumas agitações sociais no Ocidente na<br />

década de 1960<br />

Uma pergunta se apodera da escrita do fazer história e ao mesmo tempo invade o pensamento<br />

sobre as particularidades do universo do feminino. Como tais personagens conseguiram realizar<br />

manifestações, saírem nas ruas, levantar motins, greves, conquistar o voto, se qualificar nas mais<br />

diversas esferas do trabalho, entre tantas oportunidades que sacudiram incrivelmente o universo<br />

público e privado da vida social e cultural do Ocidente. Tendo em vista um curto e repentino espaço de<br />

tempo entre os finais do século XIX, e início do século XX?<br />

O ponto chave de tais modificações foi conhecido como maio de 1968. Seja esta data<br />

reconhecida como período de revolução e/ou apenas ações de revoltas motivadas por um mundo em<br />

pós-guerra, no qual vivia em pânico de uma explosão atômica a qualquer instante.<br />

Favorável ou não ao termo revolução de 68, é impossível negar que nesta data acontecerá<br />

perdas e ganhos na história mundial. Maio de 1968 simbolizou o auge de um momento de intensas<br />

transformações políticas e comportamentais que marcaram a segunda metade do século XX no<br />

Ocidente. Também foi um período de conquistas sociais importantes que ecoam até os dias de hoje,<br />

tais como: igualdade de direitos civis, liberação sexual, reconhecimento das lutas dos estudantes e da<br />

diversidade cultural, dentre tantas novidades e oportunidades geradas por um mundo que estava em<br />

ebulição. O historiador Eric Hobsbawm enfatiza:<br />

A cultura jovem tornou-se a matriz da revolução cultural no sentido mais amplo<br />

de uma revolução nos modos e costumes, nos meios de gozar o lazer e nas artes<br />

comerciais, que formavam cada vez mais a atmosfera respirada por homens e<br />

mulheres urbanos. Duas de suas características são portanto relevantes. Foi ao<br />

mesmo tempo informal e antinômica, sobretudo em questões de conduta pessoal.<br />

Todo mundo tinha de ―estar na sua‖, com o mínimo de restrição externa, embora na<br />

prática a pressão dos pares e a moda impusessem tanta uniformidade quanto antes,<br />

pelo menos dentro dos grupos de pares e subculturas. 1<br />

Conforme as palavras do historiador, era tempo de amplas transformações e, o universo jovem<br />

participava desta atmosfera. A agitação mundial se estendeu por todo o ano de 1968 no Ocidente, mas<br />

foi especialmente no mês de maio daquele ano que as revoltas foram sentidas com mais força e<br />

transmitidas de um país a outro pelos meios de comunicação de massa, principalmente pela televisão e<br />

rádio. Mas qual seria o ponto que favorecerá a explosão das revoltas neste ano?<br />

Maio de 68 assim como a década de 70/80 do século XX, não poderá ser compreendido sem<br />

levar em conta os fatos que eclodiram no mundo nos anos antecessores a 1930 - 1960, três décadas<br />

de mudanças na história ocidental.<br />

1 HOBSBAWN, E. J. Era dos Extremos: o breve século XX - 1914-1991. 2 ed. Trad. Marcos Santarrita; Maria Cécilia<br />

Paoli. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p.323.<br />

Jorge Luiz de França 89

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