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Barão

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a silhueta feminina 18 . Rostos levemente realçados em cores de brilhos, chapéus enfeitados, cabelos<br />

esteticamente trabalhados. O calor do vagão faz à donzela sacar um leque 19 . Ao abanar, este se<br />

transforma em uma arma! Sedutora, no agir levemente de sua mão macia que sacode ar fresco a sua<br />

face. A locomotiva continua seu percurso, em meio à troca de olhares e espanto! Silêncio! Eis que no<br />

Trilho da Modernidade uma nova mulher é apresentada aos pares sociais.<br />

Tal personagem possui o direito a passeios noturnos! Bailes, reuniões, teatros, cinemas, cafés,<br />

um desfile exótico de imagem frenéticas e envolventes que propiciam a união envolvente entre o ser<br />

moderno e urbano, os quais podem ser percebidos no micro espaço geográficos da sociedade<br />

ribeirãopretana, já nos finais do século XIX início do século XX. Assim, despretensiosamente as<br />

vivencias e comportamentos culturais da sociedade vão aos poucos ganhando novas roupagens.<br />

No eco dos salões e bulevares um brado jubila através da imagem de Eva, Eneida, Madalena e<br />

Maria: Mulheres faladas! Mulheres silenciadas! Sejam fortes eis que vem a liberdade! Modernidade!<br />

Na segunda parte, o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas. Mostra ainda<br />

que a mesma sociedade capitalista que explora o proletariado alimenta todo conforto e diversão para burguesia. ______.<br />

Tempos Modernos. EUA: United Artists/Charles Chaplin Productions, 1936. 1 Videocassete (87 min.): VHS, Ntsc, son.,<br />

color. Legendado. Port.<br />

18 FRANÇA, J. L; APARÍCIO, L. R. Novos Hábitos... Op. Cit., p.342.<br />

19 [...] Como seu belo companheiro, ela tem todo o orifício da pequena boca ocupado por um charuto desproporcional. [...]<br />

espalhadas, espojadas sobre os canapés, e saia arredondada atrás e na frente num duplo leque, ou penduradas em<br />

equilíbrio sobre os banquinhos e cadeiras; pesadas, taciturnas, estúpidas, extravagantes, com os olhos vítreos devido à<br />

aguardente e com as frontes arqueadas pela obstinação. [...] Na verdade, não foi para deleitar meu leitor nem para<br />

escandalizá-lo que coloquei diante de seus olhos semelhantes imagens; num ou noutro caso, teria sido faltar-lhe com o<br />

respeito. O que as torna preciosas e as consagras são os inumeráveis pensamentos que despertam geralmente severos e<br />

sombrios. Ver: BAUDELAIRE, C. Sobre a modernidade... Op. Cit., p.68-72.<br />

Jorge Luiz de França 128

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