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Barão

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pelas aguas, também soffreu grandemente, e seus inquilinos se viram rudemente<br />

prejudicados. 329<br />

Poderemos ver imagens dessa enchente no anexo desta pesquisa.<br />

Em decorrência do crescimento da cidade, o número de mendigos e pedintes era bem<br />

grande. Não era somente chegar à cidade e sair batendo em portas pedindo esmolas, era necessário ir<br />

à Delegacia de Polícia e solicitar uma autorização para mendigar como previa o Código de Posturas.<br />

A pobreza não era somente experimentada pelos adultos, muitas crianças eram abandonadas<br />

e na maioria das vezes encontravam-se a margem da sociedade, sendo acolhidas por famílias que<br />

tinham interesse de adquiri-las para o serviço doméstico. Acabavam sendo exploradas como mão-de-<br />

obra barata e sofriam abusos e maus tratos por essas famílias.<br />

Outro problema estrutural foi à chegada dos automóveis que circulavam por uma cidade<br />

despreparada para receber um fluxo tão intenso de trânsito, já que a mesma não possuía sinalizações<br />

suficientes. Apesar da rápida urbanização, nem os moradores, muito menos os motoristas, estavam<br />

preparados para tal, e não respeitavam o Código de Posturas, que também determinava o uso de<br />

automóveis na cidade, com isso causando muitos atropelamentos, principalmente de crianças.<br />

O número de escolas primárias na cidade era bem escasso, havia somente o Ginásio do<br />

Estado, atualmente Otoniel Mota e o restante eram particulares: Colégio Progresso, Externato Nossa<br />

Senhora Auxiliadora, Colégio Santa Úrsula, Colégio Moura Lacerda entre outros. Embora o estudo<br />

fosse um privilégio dos que habitavam a cidade, alguns moradores da zona rural também tinham<br />

acesso em suas próprias fazendas, a Companhia Dumont é um grande exemplo.<br />

Como reflexo da urbanização, construções começaram a surgir na cidade, modificando sua<br />

arquitetura e seu modo de vida. Temos como exemplo a construção do Teatro Carlos Gomes, seguido<br />

pela Sociedade Recreativa em 1910, as cervejarias Antarctica (1911) e Paulista (1914), e no final da<br />

década de 20, a inauguração do Quarteirão Paulista, grande símbolo de lazer e de consumismo da<br />

Petit Paris caipira.<br />

329 FARIA, op. cit. p. 235.<br />

330 FARIA, op. cit. p. 140.<br />

Em Ribeirão Preto, optou-se primeiramente pela transformação da imagem<br />

da cidade, pela consolidação do ambiente urbano burguês europeizado. Por outro<br />

lado, a emergência dos problemas sanitários levantados pelos moradores [...] acaba<br />

concorrendo com a intenção do poder público em priorizar as questões de<br />

embelezamento, tanto quanto as questões sanitárias e de infra-estrutura. 330<br />

245<br />

245

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